Essa tendência de crescimento também foi observada em todo o Brasil, com o CadÚnico registrando um aumento no número de pessoas em situação de rua, saindo de 261,6 mil em 2023 para 293,8 mil neste ano. O coordenador do observatório, André Dias, atribui esse aumento à falta de políticas públicas específicas para essa população vulnerável, que histórica e sistematicamente é excluída do acesso a direitos básicos como moradia, trabalho e educação.
No entanto, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo contesta os dados apresentados pelo observatório, alegando que o CadÚnico é um sistema autodeclaratório e cumulativo, não refletindo a realidade da cidade. Segundo a secretaria, o último censo municipal da população em situação de rua indicou um número bem inferior, com 31,8 mil pessoas identificadas como em situação de rua.
Apesar da controvérsia, André Dias ressalta a importância do CadÚnico como uma base de dados confiável, alimentada mensalmente por agentes públicos da própria prefeitura. O pesquisador também destaca a falta de um censo nacional para contabilizar a população em situação de rua, tornando o CadÚnico ainda mais relevante nesse contexto.
Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social destaca os esforços da cidade de São Paulo em oferecer uma ampla rede socioassistencial, com mais de 25 mil vagas de acolhimento disponíveis para pessoas em situação de rua, distribuídas em diversos tipos de equipamentos. Além disso, a pasta informa que também disponibiliza um grande número de vagas para abordagem, convívio e fortalecimento de vínculos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
