DIREITOS HUMANOS – Muvb Critica Acordo de R$ 1,2 Bilhão da Braskem e Governo de Alagoas Após Desastre em Maceió: “Um Acordo Sem As Vítimas”

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (Muvb) levantou sérias críticas ao acordo recentemente estabelecido entre a petroquímica Braskem e o governo do estado de Alagoas, que prevê uma indenização de R$ 1,2 bilhão. Este montante diz respeito ao trágico desastre geológico ocorrido em Maceió, que resultou no afundamento de cinco bairros da capital alagoana, afetando severamente a vida de milhares de habitantes e comerciantes locais.

Em um comunicado, o Muvb expressou sua indignação com a forma como o acordo foi negociado, alegando que as vítimas não tiveram oportunidades de participar do processo decisório. A associação, que representa não apenas ex-moradores, mas também proprietários de imóveis e comerciantes das áreas afetadas, argumenta que o entendimento é mais uma transação financeira e política do que uma resposta justa às consequências do desastre. Segundo eles, o valor estipulado é irrisório, especialmente quando se considera uma estimativa anterior de R$ 30 bilhões apresentada pelo governo alagoano como sendo os reais danos decorrentes da exploração do sal-gema, mineral que causou os problemas geológicos em Maceió.

“Ao transformar um desastre humano e ambiental em uma simples questão financeira, o acordo ignora as necessidades e os direitos dos afetados”, disse a entidade. Questões de transparência e debate público foram levantadas, com o Muvb exigindo mais respeito às vozes dos que diariamente lidam com os impactos da tragédia.

Conforme os termos do acordo, o pagamento será realizado em um período de dez anos, com um desembolso inicial de R$ 139 milhões. A Braskem justificou o entendimento como um avanço significativo e necessário para mitigar os efeitos do evento desastroso. Entretanto, a proposta apenas aguarda homologação judicial.

Na sequência da divulgação do acordo, o governo alagoano anunciou um pacote de investimentos na ordem de R$ 5 bilhões para a região metropolitana de Maceió, dos quais R$ 2,8 bilhões seriam provenientes dessa indenização. A Braskem, que é controlada pela Novonor e pela Petrobras, afirma que já compensou uma parte significativa das vítimas e que está comprometida em continuar seus esforços de reparação.

Por outro lado, o cenário de instabilidade e incerteza se estende, com a Polícia Federal investigando os responsáveis pela situação e as ações judiciais em curso para assegurar que a verdade e a justiça sejam alcançadas em um contexto que continua a ser profundamente afetado pelas consequências do colapso geológico.

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