Em uma entrevista, Roberta Gomes compartilha suas experiências e os desafios enfrentados por mulheres no universo do samba. Ela destaca como muitas vezes é subestimada e vista com desconfiança quando chega em uma roda de samba. Mesmo com parcerias importantes com homens, Roberta faz questão de gravar suas próprias músicas nos discos, reafirmando sua presença e talento como compositora.
A trajetória de Roberta Gomes ilustra a luta das mulheres sambistas por reconhecimento e igualdade dentro desse cenário musical tradicionalmente dominado por homens. A recente instituição do Dia da Mulher Sambista, em 13 de abril, é um marco importante nessa jornada, celebrando figuras como Dona Ivone Lara, que se destacou como uma das maiores compositoras do samba no Brasil.
No entanto, mesmo com os avanços conquistados, ainda há desafios a enfrentar. A instrumentista Manoela Marinho, integrante do grupo Flor do Samba, ressalta as dificuldades enfrentadas pelas mulheres dentro das rodas de samba, desde a exigência de perfeição até a redução à aparência física. O grupo Flor do Samba, formado apenas por mulheres, busca reforçar o protagonismo feminino dentro desse estilo musical.
Além das questões artísticas, o movimento das mulheres sambistas também tem uma dimensão política e social. O Movimento das Mulheres Sambistas, criado em 2018, atua na valorização das artistas brasileiras e na criação de oportunidades para que elas conquistem seu espaço no mercado musical. A iniciativa envolve a promoção de eventos, como rodas de samba, cursos de música e seminários sobre a atuação da mulher sambista na indústria fonográfica.
Assim, a presença e o talento das mulheres no samba continuam a ser exaltados e valorizados, impulsionando um movimento de transformação e conquista de direitos no cenário musical brasileiro. Em meio a desafios e resistências, as sambistas seguem buscando seu lugar de destaque e reconhecimento, inspirando toda uma geração a se unir em prol da igualdade e da representatividade no mundo do samba.