A marcha de 2023 também marca a continuação da luta contra o garimpo ilegal, pela demarcação de terras e pela formação política de representação indígena nos espaços de poder. O evento é promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e as atividades estarão concentradas no Eixo Cultural Ibero-Americano, no centro de Brasília. Estão previstas plenárias, grupos de trabalho e ações culturais.
Na quarta-feira (13), as mulheres indígenas partirão em uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios e terão um diálogo com autoridades sobre a carta de reivindicações, que foi entregue durante a pré-marcha, em janeiro deste ano. Segundo a Anmiga, as leis que não reconhecem a diversidade e a existência dos povos indígenas são os maiores inimigos, e a demarcação de terras indígenas é essencial para garantir a continuidade desses povos. A organização também destaca a importância de ter uma mulher indígena como ministra dos Povos Indígenas, afirmando que as mulheres são a cura da terra e a resposta para enfrentamentos à violência de gênero e racismos estrutural, institucional e ambiental.
Além das representantes do movimento de mulheres indígenas do Brasil, também estarão presentes representantes de outros países, como Peru, Estados Unidos, Malásia, Rússia e Nova Zelândia. A diversidade de participantes destaca a universalidade das questões enfrentadas pelas mulheres indígenas, como o acesso à terra, a violência de gênero, a discriminação e a luta pela autonomia e empoderamento.
A primeira Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu em 2019, com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”. Já a segunda edição, em 2021, teve como tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”. O movimento das mulheres indígenas ganha cada vez mais força e visibilidade, mostrando a importância de suas vozes na defesa de seus direitos e na preservação de suas culturas. Através dessas marchas, as mulheres indígenas reivindicam melhores condições de vida e lutam contra as injustiças que enfrentam em suas comunidades.