DIREITOS HUMANOS – Ministra das Mulheres propõe integração de serviços e proteção para combater feminicídios no Brasil e aumentar a representatividade feminina na política.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, enfatiza a importância de implementar medidas jurídicas efetivas para proteger mulheres vítimas de violência e, assim, reduzir os alarmantes índices de feminicídio revelados no recente 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra”, Lopes afirmou que “quanto mais medidas de proteção, teremos menos feminicídios”. No entanto, a ministra reconhece que o Brasil enfrenta significativos desafios na criação de uma rede de apoio abrangente, especialmente em um país com uma vasta gama de municípios, muitos dos quais carecem de uma articulação eficaz entre os diferentes setores responsáveis pela proteção das mulheres, como delegacias, ministérios públicos e serviços de saúde.

A ministra Lopes também abordou o preocupante fenômeno da subnotificação de casos de violência, refletindo sobre como muitas mulheres se sentem culpadas e desmotivadas a reportar seus agressores. Ela destacou que, além de sofrerem com a violência, essas mulheres frequentemente experimentam um sentimento de derrota, o que pode culminar em situações trágicas de feminicídio. A insegurança de denunciar é exacerbada pelo medo de represálias, muitas vezes direcionadas aos filhos, como uma forma de controle e coação por parte dos parceiros violentos.

Para combater essa realidade, o governo tem implementado iniciativas, como as Casas da Mulher Brasileira, espaços que oferecem atendimento humanizado e integral às vítimas de violência. Atualmente, há 11 casas em funcionamento pelo país, com o objetivo de expandir esse número para 40 até 2026. A ministra destacou também a importância do serviço Ligue 180, um canal de apoio gratuito e acessível que funciona 24 horas, prometendo um suporte imediato às mulheres que precisam de orientação ou desejam fazer uma denúncia.

Além das questões de proteção, a ministra Lopes sublinhou a importância do empoderamento econômico das mulheres, especialmente aquelas que vivem em áreas periféricas. Iniciativas de inclusão produtiva, como o Programa Acredita, são fundamentais para garantir que as mulheres tenham acesso a recursos e oportunidades. Defendendo a mobilização política feminina, ela convocou as mulheres, especialmente as negras e aquelas de comunidades marginalizadas, a se candidatarem e ocuparem mais espaço na política, pois a representatividade é uma questão crucial para mudar o atual cenário de opressão e desigualdade de gênero no Brasil.

A luta pela equidade de gênero e pela eliminação da violência contra as mulheres está interligada à inclusão das vozes femininas nos espaços de decisão. Para a ministra, esse é um movimento vital, e a mobilização das mulheres será um passo importante para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. Com a ampliação das políticas públicas voltadas para as mulheres e o fortalecimento das redes de apoio, o governo almeja não apenas reduzir a violência, mas também transformar a realidade das mulheres em todo o país.

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