A ministra Lopes também abordou o preocupante fenômeno da subnotificação de casos de violência, refletindo sobre como muitas mulheres se sentem culpadas e desmotivadas a reportar seus agressores. Ela destacou que, além de sofrerem com a violência, essas mulheres frequentemente experimentam um sentimento de derrota, o que pode culminar em situações trágicas de feminicídio. A insegurança de denunciar é exacerbada pelo medo de represálias, muitas vezes direcionadas aos filhos, como uma forma de controle e coação por parte dos parceiros violentos.
Para combater essa realidade, o governo tem implementado iniciativas, como as Casas da Mulher Brasileira, espaços que oferecem atendimento humanizado e integral às vítimas de violência. Atualmente, há 11 casas em funcionamento pelo país, com o objetivo de expandir esse número para 40 até 2026. A ministra destacou também a importância do serviço Ligue 180, um canal de apoio gratuito e acessível que funciona 24 horas, prometendo um suporte imediato às mulheres que precisam de orientação ou desejam fazer uma denúncia.
Além das questões de proteção, a ministra Lopes sublinhou a importância do empoderamento econômico das mulheres, especialmente aquelas que vivem em áreas periféricas. Iniciativas de inclusão produtiva, como o Programa Acredita, são fundamentais para garantir que as mulheres tenham acesso a recursos e oportunidades. Defendendo a mobilização política feminina, ela convocou as mulheres, especialmente as negras e aquelas de comunidades marginalizadas, a se candidatarem e ocuparem mais espaço na política, pois a representatividade é uma questão crucial para mudar o atual cenário de opressão e desigualdade de gênero no Brasil.
A luta pela equidade de gênero e pela eliminação da violência contra as mulheres está interligada à inclusão das vozes femininas nos espaços de decisão. Para a ministra, esse é um movimento vital, e a mobilização das mulheres será um passo importante para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. Com a ampliação das políticas públicas voltadas para as mulheres e o fortalecimento das redes de apoio, o governo almeja não apenas reduzir a violência, mas também transformar a realidade das mulheres em todo o país.