Em um comunicado oficial, o ministério enfatizou que o combate ao crime organizado deve ser realizado de maneira planejada e fundamentada em inteligência, com um foco primordial na preservação da vida. “A segurança pública deve garantir proteção a todas as pessoas, especialmente àquelas em situações mais vulneráveis. É imprescindível que o Estado atue com firmeza e responsabilidade, sempre guiado pelos direitos humanos e pela Constituição”, ressaltou o MDHC.
O governo do estado do Rio de Janeiro considerou a Operação Contenção um “sucesso”, afirmando que as mortes ocorreram porque as vítimas reagiram com violência às ações policiais. Ao todo, 113 prisões foram registradas durante a operação, apontando um esforço significativo das forças de segurança no combate à criminalidade.
Entretanto, a operação já se tornou um marco controverso na história da segurança pública no Brasil, sendo considerada a mais letal em 15 anos e superando em número de fatalidades eventos trágicos como o Massacre do Carandiru, que aconteceu em 1992. Essa comparação gera um intenso debate sobre a eficácia e a ética das ações policiais no combate ao crime, levantando questões sobre a necessidade de mudanças nas abordagens adotadas em situações de conflito.
Na manhã seguinte à operação, ativistas e moradores da região realizaram a retirada de mais de 60 corpos de uma área de mata no Complexo do Penha. Esses ativistas descreveram a ação policial como um “massacre”, refletindo a indignação e o desespero diante da brutalidade dos eventos ocorridos. As reações robustas dos grupos de defesa dos direitos humanos colocam em evidência a urgência de reavaliações nas estratégias de segurança, visando não apenas eficácia no combate ao crime, mas também respeito à vida e aos direitos fundamentais dos cidadãos.
