DIREITOS HUMANOS –

Milhares Protestam em São Paulo contra o Feminicídio e Pedem Leis Mais Severas

Neste último domingo, a Avenida Paulista se transformou em palco de uma grande manifestação que reuniu milhares de pessoas, unidas pelo clamor contra o feminicídio e a violência de gênero. O evento, marcado por um clima de intensidade e solidariedade, foi uma oportunidade para que homens e mulheres expressassem seu descontentamento com a atual situação das mulheres no país. As faixas exibiam mensagens contundentes exigindo o fortalecimento das penas para crimes motivados por misoginia e o combate ao discurso de ódio que permeia as redes sociais e o cotidiano.

A mobilização também trouxe à tona questões estruturais que perpetuam a violência contra as mulheres, abordando temas como legislação, liberdade e respeito. Entre os participantes estava a professora Jessica Torres, que ressaltou a importância de visibilizar o impacto da misoginia no cotidiano das mulheres. “A misoginia fere o nosso direito de existir e viver livremente”, declarou. Para Jessica, a conscientização deve iniciar desde cedo, com abordagens educativas em salas de aula que desmistifiquem comportamentos discriminatórios.

Fernanda Prince, pedagoga que trabalha com crianças de 6 a 8 anos, também estava presente e compartilhou suas experiências sobre como abordar o tema da violência de gênero de forma acessível. Segundo ela, é primordial que essa discussão ocorra desde a infância, lembrando que os comportamentos aprendidos em casa influenciam o futuro das crianças. “Essas discussões são vitais, e mesmo que algumas famílias resistam, é nossa responsabilidade trabalhar essa pauta”, enfatizou.

Maria das Graças Xavier, de 58 anos, organizadora de um grupo de militantes ligados ao movimento de moradia, destacou a urgência de combater o machismo estrutural. Com o apoio de colegas, ela articulou a participação de muitos em menos de dez dias, evidenciando a mobilização nacional que ocorreu simultaneamente em diversas cidades. Para Graça, o Estado deve ser mais ativo na implementação de políticas públicas que visem a proteção das mulheres, especialmente aquelas que habitam áreas mais vulneráveis.

Durante a manifestação, cartazes com pedidos por leis mais rígidas contra o feminicídio foram vistos em grande quantidade. Lilian Lupino, comerciante de 47 anos, também se fez ouvir ao afirmar que a cultura de opressão ainda domina a sociedade. “É alarmante ver tantas mulheres sendo vítimas da violência, não apenas em casos extremos, mas também em situações de opressão psicológica”, lamentou. Para os manifestantes, a luta não é apenas por legislações mais severas, mas por uma mudança cultural que possa garantir a igualdade de direitos e oportunidades em todos os níveis da sociedade.

Assim, o protesto foi não apenas um grito contra a violência, mas um chamado à ação para todos os setores da sociedade se unirem em prol de um futuro onde as mulheres possam viver sem medo, livres de qualquer tipo de opressão.

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