DIREITOS HUMANOS –

Marcha Histórica: Mulheres Negras se Reúnem em Brasília por Reparação e Bem-Viver, Reafirmando a Luta e a Dignidade

Dez anos após um marco significativo, mulheres negras de diversas regiões do Brasil se reúnem novamente em Brasília para uma marcha emblemática com o intuito de reivindicar reparação e promover o bem-viver. O evento atrai uma gama de participantes, incluindo militantes, ativistas, educadoras, artistas, escritoras, religiosas, além de avós, jovens, políticas e um grande número de mães, irmãs e filhas. A mobilização está destinada a ressoar como um marco histórico, dando continuidade à luta por direitos e reconhecimento.

Angela Davis, ícone do feminismo negro, foi citada por muitas das mulheres presentes, especialmente ao se referir ao impacto que uma mulher negra tem na sociedade. A frase “Quando uma mulher negra se move, toda uma nação se move” serviu de inspiração para as participantes, refletindo um espírito de resistência que se perpetua desde marchas anteriores, como a de 2015.

A escritora Conceição Evaristo, uma das vozes mais respeitadas da literatura e militância negra, compartilhou sua perspectiva sobre a importância desse movimento contínuo. Em declarações emocionadas, ela afirma que a resiliência é uma característica marcante das mulheres negras que, apesar das adversidades, seguem firmes em suas batalhas. Às vésperas de completar 79 anos, Conceição relembra sua experiência na primeira marcha e se compromete a marchar novamente este ano, destacando o significado simbólico dessa ação.

Para ela, marchar é uma forma de afirmar a posse sobre o território e reivindicar os direitos à vida. Cada passo dado no asfalto da capital brasileira é um ato de resistência e um alerta sobre a necessidade de justiça social.

Os caminhos de Conceição Evaristo na militância se estendem por várias décadas. Ela destaca como a luta por direitos é uma semente que dá frutos ao longo do tempo, refletindo uma geração que buscava formar novos líderes e continuadores dessa luta. Embora tenha havido momentos de repetição e estagnação, a escritora reconhece que o movimento cultural gerado por essa militância está produzindo resultados significativos, com novas vozes surgindo.

Neste 25 de novembro de 2025, Conceição e uma multidão de mulheres, tanto brasileiras quanto estrangeiras, marcham em busca de reparação e pela promoção do bem-viver, reafirmando a força e a importância da luta coletiva. Esse evento não é apenas uma manifestação, mas uma celebração da resistência e da história de todas as mulheres que se uniram em prol de um futuro mais justo.

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