Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú, destacou que a percepção dos professores sobre situações de racismo varia entre brancos e negros. Enquanto 56% dos professores negros identificam casos de racismo entre os estudantes, apenas 48% dos professores brancos têm essa percepção. A pesquisa também investigou como os próprios estudantes se sentem em relação ao respeito por sua aparência, e constatou que 13% dos estudantes negros discordam dessa representação, enquanto entre os brancos o índice é de 8%.
O estudo avaliou o clima escolar em 144 escolas, entrevistando 2.706 alunos, 384 docentes e 235 gestores, e analisou o enfrentamento ao racismo em outras 160 escolas, com 2.889 alunos, 373 docentes e 222 gestores. Esmeralda ressaltou a importância de promover um ambiente escolar acolhedor para todos, independente da raça, e destacou a necessidade de formação dos professores para lidar com casos de racismo.
A pesquisa também apontou que a sensação de acolhimento dos alunos diminui à medida que avançam nas etapas de ensino, com percentuais de acolhimento de 86% nos anos iniciais do ensino fundamental, 77% nos anos finais do fundamental e 72% no ensino médio. Além disso, 70% dos estudantes concordam que os alunos negros são respeitados em relação ao seu fenótipo, mas a percepção varia entre alunos brancos e negros.
Esmeralda ressaltou que o enfrentamento ao racismo não é responsabilidade apenas dos professores, mas sim de toda a comunidade escolar. Ela enfatizou a importância de promover um currículo escolar mais enriquecido com arte, cultura e história afro-brasileira, ações que podem contribuir para a prevenção de violências e bullyings. Portanto, é fundamental adotar medidas estruturais e envolver toda a rede de ensino para superar o problema do racismo nas escolas.