Eunice Paiva se tornou uma figura emblemática na história do Brasil devido à sua coragem e resiliência durante um dos períodos mais sombrios da nação. Sua trajetória foi amplamente divulgada e celebração de sua vida ganhou destaque recentemente, principalmente após a interpretação da artista Fernanda Torres no filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles. Este longa-metragem, que conquistou o Oscar de melhor filme estrangeiro, é uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva. A obra retrata a luta da mãe de Paiva, Eunice, após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, um ex-deputado federal que foi sequestrado por agentes da ditadura militar em 1971.
O corpo de Rubens Paiva nunca foi encontrado, e Eunice dedicou boa parte de sua vida à busca por verdades a respeito do que aconteceu com seu marido. Apenas 25 anos mais tarde, o Estado brasileiro finalmente reconheceu a morte do ex-deputado. Essa persistência na busca pela justiça e pela verdade, mesmo diante de tamanha adversidade, consolidou Eunice como um símbolo da luta pela democracia e pelos direitos das pessoas, incluindo os direitos dos povos originários.
A Presidência da República enfatizou a relevância da trajetória de Eunice Paiva, definindo-a como um exemplo de coragem para aqueles que buscam defender as liberdades democráticas. A Ordem de Rio Branco, que remete ao Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, foi criada em 1963 com o propósito de reconhecer serviços meritórios e virtudes cívicas.
Além da honraria, o governo federal instituiu, em janeiro deste ano, o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. Essa premiação visa reconhecer, anualmente, indivíduos que tenham contribuído de maneira notável para a preservação, restauração ou consolidação do regime democrático no Brasil, promovendo uma reflexão contínua sobre o valor da democracia e a importância da luta pelos direitos humanos.