DIREITOS HUMANOS – Justiça exige responsabilidade total por assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes; familiares e ativistas reforçam a necessidade de julgamento dos mandantes.

A busca por justiça no caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, permanece incompleta para muitos, incluindo a família da política e diversas organizações de direitos humanos. Desde a morte brutal de Marielle em março de 2018, houve um clamor incessante por responsabilização não apenas dos executores, mas também dos mandantes do crime. O Instituto Marielle Franco, criado pela família da vereadora, reiterou essa exigência em uma carta recente, destacando a necessidade de que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue todos os envolvidos.

Os executores do assassinato, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados há um ano, recebendo penas severas por seus atos, mas o sentimento de que a justiça não foi totalmente alcançada é palpável. Luyara Franco, diretora executiva do Instituto e filha de Marielle, enfatiza que a sentença dos executores representou um passo significativo, mas não a conclusão do processo. Ela defende que a verdadeira justiça só será alcançada com o julgamento dos mandantes do crime, pois a impunidade de figuras políticas não pode ser uma opção em um estado democrático.

As investigações apontam que figuras como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, ambos com cargos relevantes no estado do Rio de Janeiro, teriam encomendado o assassinato. Suspeitas indicam que esses indivíduos temiam a interferência de Marielle em suas atividades ligadas a milícias. Chiquinho, ex-deputado federal, e Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, foram presos preventivamente em 2024 para garantir que o andamento do processo não fosse comprometido. Sua atuação política e os laços com atividades ilícitas na zona oeste do Rio de Janeiro levantam questões gravíssimas sobre a conivência no assassinato de uma defensora dos direitos humanos.

O STF atualmente analisa o caso, com o magistrado Alexandre de Moraes como relator. Embora a fase de instrução esteja em andamento, ainda não há uma previsão concreta para o julgamento dos mandantes, o que mantém a angústia nas famílias das vítimas e nas organizações que lutam por justiça e igualdade.

Com a proximidade do aniversário da condenação dos executores, o clamor por um desfecho satisfatório do caso ganha novas dimensões, ressaltando a importância de se garantir que crimes políticos, especialmente aqueles dirigidos contra vozes marginalizadas, não sejam esquecidos ou minimizados. A luta por justiça continua, marcada pela esperança de que todos os responsáveis pelo cruel assassinato sejam trazidos à luz e responsabilizados, não apenas em nome de Marielle Franco e Anderson Gomes, mas em defesa de uma sociedade mais justa e igualitária.

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