Os relatos das agressões vivenciadas pelos indígenas nos últimos dias foram denunciados ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Segundo informações, os ataques tiveram início após a visita da Missão de Direitos Humanos organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso aos Povos Guarani, que passou pela Terra Indígena Panambi, abrangendo os municípios de Itaporã e Douradina.
Durante o episódio lamentável, pelo menos uma mulher foi ferida por um projétil de arma de fogo nas pernas e precisou ser levada a um hospital em Ponta Porã. Além disso, outras duas pessoas foram atingidas por balas de borracha, e houve destruição de barracos durante a retomada. O Cimi informou que a Força Nacional não estava presente no local no momento dos ataques.
Os indígenas relataram que os confrontos começaram na madrugada, com policiais arrastando o corpo de Neri para uma área de mata, provocando revolta na comunidade. Novos confrontos ocorreram quando os policiais tentaram afastar o corpo dos Guarani e Kaiowá. Vídeos divulgados em Antônio João alertavam sobre a iminência da agressão, segundo o comunicado do Cimi.
Diante dessa trágica situação, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) se manifestou, expressando indignação e acionando a Procuradoria Federal Especializada para adotar medidas legais cabíveis. A Funai afirmou estar empenhada em garantir o fim imediato da violência, punindo os responsáveis e acionando o Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O governo do Mato Grosso do Sul informou que parte dos guarani e kaiowá estava armada e tentava invadir a fazenda. O secretário estadual de Segurança Pública justificou a presença dos policiais no local, alegando ordem judicial para manter a ordem e segurança na propriedade. O conflito na região se arrasta há anos, mas se intensificou nos últimos dias, resultando na morte de Neri e em outros feridos.
A Agência Brasil buscou posicionamento dos ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública, porém, até o momento, não obteve retorno. A situação permanece delicada e requer atenção urgente das autoridades competentes para garantir a segurança e os direitos dos povos indígenas da região.