Durante essa tumultuada sessão, que foi transmitida ao vivo pela TV Câmara, o sinal foi abruptamente cortado assim que as tensões aumentaram. Os relatos indicam que, além da interrupção da transmissão, a Polícia Legislativa tomou ações drásticas ao expulsar jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e assessores de imprensa do plenário. O clima de repressão se intensificou, resultando em diversas agressões físicas aos profissionais, alguns dos quais necessitaram de atendimento médico em decorrência das violências enfrentadas, que incluíram puxões, empurrões e cotoveladas.
A ausência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um encontro que buscava discutir o ocorrido com representantes da imprensa, gerou ainda mais controvérsias. Na ocasião, Motta enviou apenas uma assessora como seu representante, o que foi interpretado como um desdém ao sério descontentamento manifestado pelos jornalistas.
Como resposta institucional, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou sua intenção de acionar judicialmente o presidente da Câmara, citando as “violências cometidas pela Polícia Legislativa” contra jornalistas, parlamentares e servidores. As ações serão amplas, incluindo uma representação à Procuradoria-Geral da República por crimes de responsabilidade relacionados à liberdade de imprensa e expressão, além de uma denúncia perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
Após o tumulto, o presidente da Câmara, em uma declaração em rede social, comentou que ordenou uma investigação sobre os possíveis abusos cometidos durante a cobertura da imprensa. No entanto, a ausência de uma atitude mais contundente em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos dos jornalistas continua sendo um ponto de preocupação e discussão no país. A conjuntura instaurada levanta questionamentos sobre a proteção da atividade jornalística e da liberdade de expressão em um ambiente já crítico na política brasileira.










