DIREITOS HUMANOS – Investigações sobre operação policial em festa junina no Rio de Janeiro: civil e militar se unem após morte de um homem e feridos na comunidade.



Na última segunda-feira, dia 9, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou a abertura de um procedimento investigatório criminal sobre a operação da Polícia Militar na Comunidade Santo Amaro, que ocorreu no sábado, dia 7, durante uma festa junina. A ação, que envolveu o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), resultou na morte de Herus Guimarães Mendes e deixou outras cinco pessoas feridas.

O procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, foi proativo e mobilizou uma equipe de especialistas para realizar uma investigação independente, paralela às apurações da Polícia Militar e da Polícia Civil. Para tanto, um perito, acompanhado de três técnicos, realizou uma perícia no corpo da vítima no Instituto Médico Legal (IML), utilizando um sofisticado scanner digital para garantir a precisão dos resultados.

Moreira expressou sua preocupação ao afirmar que a operação, supostamente destinada a conter a invasão de traficantes na comunidade, não seguiu os protocolos adequados. “Ou, então, há outra motivação até então ignorada, mas que precisa ser elucidada. Naquele momento, a comunidade estava celebrando uma festa junina pacificamente, o que torna a intervenção policial ainda mais questionável”, observou.

Além disso, o MPRJ já requisitou imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos na ação para complementar a investigação. O procurador-geral também se reuniu com o secretário de Polícia Militar do Estado, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, que apresentou um relatório sobre a operação.

Em resposta ao incidente, o governador Cláudio Castro determinou o afastamento dos oficiais responsáveis pela autorização da ação na comunidade. A decisão reflete a gravidade da situação, especialmente após a repercussão das imagens nas redes sociais, que mostraram o pânico gerado pelos disparos durante a festividade.

No último sábado, a população da Comunidade Santo Amaro se mobilizou em protesto. Moradores seguravam cartazes com mensagens como “Justiça para Herus. Favelado não é bandido”, evidenciando a indignação diante da tragédia. Adolescentes que participavam da festa exibiram camisas manchadas de sangue, enquanto líderes religiosos se uniram em uma roda de oração, clamando por paz e proteção para a comunidade afetada. A situação destaca a crescente tensão entre a população e as autoridades, evidenciando um clamor por justiça e mudanças nas práticas de segurança pública na região.

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