DIREITOS HUMANOS –

Inquérito Investiga Ataques a Indígenas Pataxó na Bahia com Suspeita de Envolvimento de Policiais Militares

Investigação Sobre Ataques a Indígenas Pataxó na Bahia

As forças de segurança do Brasil enfrentam um desafiante cenário no extremo sul da Bahia, onde a Polícia Federal e a Polícia Civil iniciaram um inquérito para apurar os ataques violentos contra a comunidade pataxó da Terra Indígena (TI) Comexatibá, situada no município de Prado. As investigações levantam suspeitas sobre a possível participação de policiais militares nos eventos, intensificando as preocupações sobre a segurança e os direitos dos povos indígenas na região.

No final da tarde do dia 1º de outubro, lideranças pataxó se reuniam para uma atividade de vigilância comunitária na Aldeia Kaí, localizada dentro do território indígena. Este espaço, retomado em agosto, é alvo de constantes conflitos devido a disputas de terras que envolvem grandes proprietários rurais. Durante essa reunião, cerca de 50 indivíduos armados com fuzis e espingardas calibre .12 cercaram os líderes pataxó, criando uma situação de pânico e risco iminente.

Um dos representantes pataxó expressou a angústia da comunidade, que vive sob constante ameaça de grupos armados. Os ataques culminaram em um episódio de violência extrema, onde dois líderes foram feridos, um deles de raspão na cabeça e outro à queima-roupa, resultando em uma fratura na clavícula. As paredes do alojamento em que se encontravam ficaram repletas de buracos de balas, acentuando a gravidade da situação.

Em uma carta pública, o povo pataxó relatou que conseguiram escapar de um massacre por pouco, expressando que “foi por milagre que não houve vítimas fatais”. A ofensiva dos agressores só foi interrompida com a chegada da Força Nacional de Segurança Pública, que se deparou com um ônibus escolar transportando membros armados do grupo, incluindo jovens, supostamente contratados para participar da violência.

Enquanto isso, o processo de retomada de terras indígenas avança em diversas frentes, como na TI Barra Velha, em Porto Seguro, a 200 quilômetros de Prado. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) enfatizou a importância da regularização fundiária para mitigar a escalada de violência na região e apontou progressos nas etapas de demarcação da TI Comexatibá.

O Ministério dos Povos Indígenas também reconheceu a seriedade da situação e acionou ações necessárias para garantir a segurança das comunidades, incluindo policiamento ostensivo e investigações aprofundadas. Para ajudar na criação de políticas públicas mais eficazes, foi criado o Laboratório Etnoterritorial no Sul da Bahia, que irá monitorar a situação dos povos originários.

A situação permanece tensa e complexa, enquanto as forças de segurança estaduais e federais se organizam para conter os conflitos e proteger os direitos dos pataxó, um povo que luta pela preservação de sua terra e cultura frente às ameaças apresentadas por grupos armados e o avanço do crime organizado.

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