Os dados que embasam essa análise são parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A pesquisa, que ocorreu no último trimestre de 2024, envolveu visitas a domicílios e coletou informações sobre os hábitos digitais dos brasileiros nos três meses anteriores à investigação.
Segundo os analistas, mesmo com esse impulso no uso da internet entre os idosos, eles continuam sendo o grupo que menos utiliza a rede, embora o acesso esteja se tornando cada vez mais comum no cotidiano. Gustavo Geaquinto Fontes, um dos especialistas envolvidos na pesquisa, aponta que a crescente oferta de serviços online tem desempenhado um papel crucial nesse fenômeno. “A internet se tornou uma ferramenta essencial para comunicação e acesso a diversos serviços,” afirma Fontes.
Entre os 24,5 milhões de idosos que navegam na internet, uma parcela significativa de 87,9% faz uso diário da rede. Este cenário é parte de uma evolução mais ampla no Brasil, onde, em 2024, cerca de 168 milhões de pessoas, o que equivale a 89,1% da população com 10 anos ou mais, acessaram a internet. As pesquisas mostram que os principais usos incluem envio de mensagens e operações bancárias.
Adicionalmente, a pesquisa revela uma mudança nos meios de acesso. Enquanto em 2016, 63,2% dos usuários utilizavam computadores para navegar, esse número caiu para 33,4% em 2024. Em compensação, o uso de dispositivos de televisão para acessar a internet experimentou um crescimento significativo, passando de 11,3% para 53,5% no mesmo período.
No que diz respeito aos domicílios brasileiros, 93,6% possuem acesso à internet, com uma média de renda mensal superior nas residências conectadas; R$ 2.106 contra R$ 1.233 nas casas sem acesso. Note-se que a disparidade na taxa de acesso entre áreas urbanas e rurais também está diminuindo. Atualmente, 94,7% dos lares urbanos têm internet, versus 84,8% nas áreas rurais, evidenciando um avanço importante na conectividade em regiões mais remotas.
Por fim, a pesquisa indica que dispositivos inteligentes, conectados à internet, estão começando a se popularizar nos lares brasileiros. Com um crescimento de 14,3% para 18,1% em dois anos, esses aparelhos refletem uma tendência em direção à Internet das Coisas, que promete transformar ainda mais os hábitos de consumo e interação na sociedade contemporânea.
Esse panorama destaca não apenas a inclusão digital crescente entre os idosos, mas também a contínua evolução da tecnologia e seu impacto nas diversas camadas da população brasileira.
-
-
-
-
