DIREITOS HUMANOS – Fiocruz e Entidades Repudiam Letal Operação Policial e Alertam para Crise Humanitária no Rio de Janeiro. Exigem Novas Políticas de Segurança Pública.

Na mais recente manifestação de preocupação sobre a escalada da violência nas operações policiais no Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com mais de 40 instituições, lançou um manifesto, na quarta-feira (29), com um claro apelo à reflexão sobre a crise social e a crise humanitária que afetam a região. Este documento surge em resposta à operação policial considerada a mais letal da história carioca, levantando questões sobre a eficácia e a moralidade das políticas de segurança pública vigentes.

Intitulado “Manifesto por uma Segurança Pública Cidadã para o Rio de Janeiro”, esse pronunciamento conta com a participação de universidades, sindicatos, coletivos de favelas e organizações de direitos humanos, que expressam seu repúdio à abordagem violenta adotada pelas forças de segurança. Os signatários do manifesto destacam que a recente ação policial ilustra a falência das políticas estaduais de segurança pública e denunciavam a chamada “necropolítica”— uma lógica voltada para a eliminação de vidas dentro do contexto das políticas públicas.

O documento desvela uma realidade complexa, afirmando que o que se observa não é meramente um “conflito armado não intencional”, mas uma “multidimensionalidade que afeta profundamente a cidade.” A ação policial, segundo o manifesto, compromete o futuro de jovens e estudantes, impede o vital acesso a tratamentos de saúde e mergulha as famílias em um cenário de insegurança constante.

Em busca de um modelo de segurança mais justo, os signatários propõem uma série de exigências, incluindo a preservação dos direitos humanos, planejamento intersetorial que envolva o governo federal, capacitação cidadã das forças policiais, utilização de inteligência fundamentada em dados e uma maior transparência nas ações policiais. Essas medidas visam substituir a abordagem brutal que já sobrecarrega comunidades vulneráveis.

Além disso, o manifesto alerta que a interrupção dos serviços públicos durante operações policiais compromete direitos fundamentais, desrespeitando determinações do Supremo Tribunal Federal. Neste contexto, a mensagem é clara: a exposição midiática da violência armada não deve ser confundida com uma verdadeira transparência nas políticas de segurança. A prática do extermínio, como expressão de política pública, é um fenômeno alarmante que merece a atenção de todos.

Os apoiadores desta causa incluem uma ampla gama de entidades e movimentos sociais, refletindo uma preocupação coletiva com a transformação da realidade das favelas cariocas, onde a luta pela vida e dignidade se torna cada vez mais urgente.

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