A figura icônica de Mãe Bernadete era uma das líderes engajadas nas lutas de resistência do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado na cidade de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Para além de suas responsabilidades como yalorixá, ou seja, sacerdotisa de um terreiro de candomblé, ela desempenhava um papel proeminente na articulação política de sua comunidade, buscando sempre a defesa dos interesses e direitos dos moradores do quilombo.
Segundo informações fornecidas pelo Ministério Público da Bahia, o assassinato da líder quilombola foi uma forma de represália devido à sua oposição a um grupo que planejava estabelecer um ponto de venda de drogas dentro da comunidade. Quatro dos cinco homens denunciados pelo órgão seriam membros de uma facção criminosa, incluindo Ydney Carlos dos Santos de Jesus, Marílio dos Santos, Arielson da Conceição Santos e Josevan Dionísio dos Santos, sendo estes dois últimos identificados como os responsáveis pelos disparos que ceifaram a vida de Mãe Bernadete.
Além dos indivíduos diretamente envolvidos no homicídio, as autoridades também estão investigando a participação de um sexto homem, Carlos Conceição Santiago, acusado de guardar as armas utilizadas no crime. A Agência Brasil entrou em contato com a Advocacia-Geral da União (AGU) e o governo da Bahia em busca de esclarecimentos, aguardando uma resposta oficial sobre o caso.
