Um estudo realizado pela Espro (Ensino Social Profissionalizante) em parceria com a Diverse Soluções apontou que 41% dos jovens negros no Brasil já foram excluídos de grupos sociais no ambiente de trabalho. Além disso, 38% desses jovens não tiveram reconhecimento por suas ideias, demonstrando a persistência da discriminação racial no mercado de trabalho brasileiro.
A pesquisa consultou 3.257 adolescentes e jovens de todo o país, com idades entre 14 e 23 anos, que participaram de iniciativas de desenvolvimento e inclusão promovidas pelo Espro. Do total de participantes, 53% se identificaram como negros, sendo 70% pardos e 30% pretos. Os dados foram coletados entre os dias 16 de setembro e 31 de outubro de 2024.
Os resultados do estudo também revelaram que 30% dos jovens negros afirmaram ter enfrentado dificuldades para acessar ambientes, equipamentos ou pessoas no trabalho. Além disso, 29% relataram ter sofrido violência verbal, física ou psicológica, enquanto 19% não foram considerados para promoções. Outro dado alarmante é que 32% dos jovens negros já foram desclassificados de vagas de emprego por conta de suas características individuais.
Um dos casos relatados no estudo foi o de Rayane Júlia Xavier da Silva, de 19 anos, que sofreu injúria racial enquanto atuava como aprendiz em um hotel. Rayane contou que um colega a ofendeu com comentários racistas, o que a levou a deixar o emprego por medo de que a situação piorasse.
Os resultados da pesquisa mostraram que os desafios enfrentados pelos jovens negros no mercado de trabalho são menores entre aqueles que não se declaram negros. Esses dados evidenciam a importância de promover a diversidade e inclusão nos ambientes corporativos, de forma a garantir um ambiente mais acolhedor e justo para todos os profissionais.
Diante desses dados, especialistas destacam a importância de reforçar os mecanismos de prevenção e combate à discriminação no ambiente de trabalho, para garantir que os jovens negros sintam-se acolhidos e incentivados a permanecer no mercado formal de trabalho. A conscientização e o debate sobre diversidade são fundamentais para criar ambientes de trabalho mais inclusivos e igualitários.