Antes de ser oficializada como feriado nacional, a data já era celebrada em diversos estados, como Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo, além de ser reconhecida em mais de 1.200 cidades brasileiras por meio de legislações municipais e estaduais. A consolidação do Dia da Consciência Negra como feriado nacional representou uma conquista que levou décadas. A proposta teve suas origens em 1971, durante a ditadura militar, nas mãos de um grupo de estudantes e militantes negros de Porto Alegre, que buscavam uma alternativa ao 13 de maio, data que marca a abolição da escravatura pela princesa Isabel.
O grupo, que se autodenominou “Grupo Palmares”, era composto por jovens como Oliveira Ferreira da Silveira, Ilmo Silva, Vilmar Nunes e Antônio Carlos Cortes. Eles se opuseram à celebração da data que, segundo eles, não refletia a verdadeira luta e resistência do povo negro.
Zumbi dos Palmares, cuja história se entrelaça com a do quilombo, nasceu livre, provavelmente em 1655, em Palmares, uma comunidade formada por negros fugitivos que se uniram ao redor do ano de 1600. Localizada na Serra da Barriga, no atual município de União dos Palmares (AL), essa comunidade conseguiu, em suas condições isoladas, reunir mais de 30 mil pessoas. Zumbi, que foi capturado durante uma das tentativas de destruição do quilombo e posteriormente educado por um padre, tornou-se um símbolo de resistência ao ser escolhido líder do quilombo na juventude.
Sob sua liderança, Palmares resistiu a diversas incursões militares, mas em 1694, após um ataque às suas estruturas, Zumbi foi forçado a se esconder. Depois de mais de um ano de resistência, ele foi encontrado e morto em 20 de novembro de 1695. Sua luta e legado permanecem vivos, e o Dia da Consciência Negra serve como uma oportunidade para refletir sobre a história do Brasil e a importância da igualdade racial.









