DIREITOS HUMANOS –

Desigualdade digital: 86% dos lares brasileiros têm internet, mas acesso varia conforme a renda e a localização

A inclusão digital no Brasil tem avançado de forma significativa, com um número crescente de lares conectados à internet. Recentes dados mostram que 86% dos domicílios brasileiros já possuem acesso à rede, o que representa um aumento expressivo em relação a 2015, quando apenas 51% das residências estavam conectadas. Essa mudança reflete, em grande parte, a expansão do acesso entre as classes mais baixas, com uma escalada de 15% para 73% entre os lares das classes D e E nos últimos dez anos, trazendo a um total de aproximadamente 157 milhões de brasileiros online.

Entretanto, as disparidades financeiras ainda são evidentes. Enquanto os lares nas classes A e B apresentam acesso quase universal, com 99% e 95%, respectivamente, a classe C conta com 86% e as classes D e E apresentam 73%. Isso significa que, embora muitos tenham acesso, cerca de um quarto das pessoas nas classes D e E ainda enfrenta barreiras significativas.

O acesso à internet por meio de celulares é um aspecto predominante nesse contexto. Nas classes D e E, 87% dos indivíduos utilizam smartphones como única porta para a internet, ressaltando a importância dessa tecnologia em suas vidas. Além disso, a pesquisa revelou que, em áreas rurais, o acesso à internet diminui para 77%. Com relação à escolaridade, a disparidade é clara: 98% dos cidadãos com ensino superior utilizam a internet, em comparação a 74% entre aqueles que completaram apenas o ensino fundamental.

A pesquisa também explora o uso da internet entre diferentes faixas etárias. Para aqueles entre 10 e 44 anos, o acesso supera os 90%, mas apenas 54% das pessoas acima de 60 anos estão conectadas. Isso sugere que as novas gerações têm mais facilidade e familiaridade com a tecnologia.

Adicionalmente, a pesquisa investiga a qualidade do acesso à internet. A maioria dos usuários de pacotes de celulares acredita ter atenção suficiente para suas necessidades, mas muitos relataram uma queda na velocidade após esgotarem seus pacotes. Essa situação é mais comum entre os que pertencem às classes D e E.

Além de acessar a internet, os brasileiros utilizam amplamente suas capacidades, com 92% empregando a rede para comunicação instantânea. O uso de serviços financeiros digitais como o Pix também se consolidou, alcançando 75% da população. Existem, inclusive, indicadores novos, como o uso de Inteligência Artificial (IA), que já atinge 32% dos brasileiros, variando conforme a escolaridade e a renda. Em relação ao governo eletrônico, a plataforma gov.br é acessada por 56% da população, com uma clara diferença entre as classes sociais e regiões, demonstrando que, apesar do crescimento no acesso à internet, a equidade na utilização das ferramentas digitais ainda é um desafio.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo