DIREITOS HUMANOS – Denúncia de violações de direitos humanos durante internações na Cracolândia causa indignação entre trabalhadores do Seas em São Paulo

Trabalhadores do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) IV, da prefeitura de São Paulo, que atendem usuários de substâncias psicoativas na região da Cracolândia, no centro da cidade, fizeram denúncias sérias sobre violações de direitos humanos durante internações na região. As acusações foram direcionadas às equipes do Serviço de Cuidados Prolongados (SCP) e do HUB de Cuidados em Crack e outras Drogas.

Os SCP são unidades que fazem parte do programa municipal Redenção e possuem duas unidades, uma no centro e outra na zona norte da capital. Já o HUB, que faz parte da rede de atendimento do governo estadual, é conhecido como o antigo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod).

Segundo os profissionais do Seas, as práticas do SCP estão indo contra os princípios éticos e legais que regem o trabalho deles. Em uma carta aberta, eles expressaram preocupação com as internações que não estão respeitando a legalidade e estão prejudicando o vínculo que foi construído ao longo do tempo com os usuários da região.

A denúncia destaca que as internações estão se tornando ineficazes, não trazendo soluções definitivas e resultando na recorrência dos usuários nas cenas de uso de drogas. Além disso, a violação da Lei Antimanicomial e o conflito com a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) – Lei nº 8.742/1993 – são mencionados como consequências das ações do SCP.

Os trabalhadores esperam que a carta sirva como um chamado à ação para corrigir as práticas abusivas e garantir um atendimento digno e respeitoso para todos os indivíduos em situação de vulnerabilidade na região. Recentemente, outras denúncias de abordagens violentas e agressões na Cracolândia foram feitas por trabalhadores do Redenção na Rua, também ligados à prefeitura de São Paulo.

Até o momento, a prefeitura e o estado não se pronunciaram sobre as acusações. A Agência Brasil procurou por posicionamentos, porém não obteve retorno até a finalização desta reportagem. A situação na Cracolândia exige um olhar atento e soluções adequadas para garantir o respeito aos direitos humanos e o tratamento adequado dos usuários de substâncias psicoativas na região.

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