O atropelamento, conforme relatos, ocorreu após uma discussão entre o casal em um bar. O que se seguiu foi um ato de violência extrema, em que o agressor não apenas atropelou Tainara, mas também fez manobras com o veículo para intensificar suas lesões. Segundo o delegado, o ato é emblemático de uma mentalidade de posse, onde a negativa de uma mulher em um relacionamento é recepcionada com desprezo e violência, uma situação que caracteriza tentativas de feminicídio, onde a vida da mulher é colocada em risco em nome de um controle exacerbado.
Embora a Secretaria de Saúde tenha mantido sigilo sobre o estado de saúde de Tainara, o impacto do crime gerou revolta e preocupação sobre a escalada da violência contra as mulheres no Brasil. Desde janeiro deste ano, 207 mulheres foram assassinadas em São Paulo em casos relacionados a feminicídio, e em outubro já foram contabilizadas 22 vítimas desse tipo de crime. A advogada Luciane Mezarobba enfatiza que a cultura patriarcal e a falta de denunciação eficaz são fatores que perpetuam esse cenário preocupante.
Mezarobba explica que frequentemente o ciclo de violência começa de maneira sutil e, na maioria das vezes, o autor é alguém próximo, o que torna a denúncia ainda mais difícil para a vítima. Medidas de proteção, como aquelas previstas na Lei Maria da Penha, são essenciais para garantir a segurança das mulheres, mas a subnotificação de ocorrências ainda é uma barreira significativa no combate à violência de gênero.
Diante de agressões, especialistas recomendam que a vítima busque imediatamente um local seguro e acione sua rede de apoio. É fundamental registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher, onde a vítima pode obter medidas protetivas, além de auxílio médico e psicológico.
As estatísticas e relatos cotidianos sobre a violência contra a mulher em suas diversas formas revelam a urgência de discutir e entender esse fenômeno social, ressaltando a importância da escuta e do apoio às vítimas. Caso contrário, os padrões que normalizam a violência contra as mulheres continuarão a se repetir, perpetuando um ciclo de dor e opressão.









