DIREITOS HUMANOS – Crianças palestinas publicam livro para compartilhar suas vozes e experiências em meio ao conflito; lucros serão revertidos para educação na região.

O livro “Não Vou Escrever Poesia e Outros Textos”, uma coletânea única e sensível, reúne textos e ilustrações criados por crianças palestinas durante oficinas em diversos territoriais da Palestina. Essa obra não é apenas uma coletânea literária; é uma tentativa de dar voz a uma geração que cresce em meio a conflitos e adversidades.

O projeto tem como foco principal sensibilizar crianças e jovens no Brasil sobre a realidade palestina, promovendo solidariedade, empatia e consciência crítica. A iniciativa é impulsionada pelo coletivo Editoras Pela Palestina e, além de ser uma ferramenta educacional, busca gerar uma conexão entre culturas por meio da literatura.

Disponível para aquisição no Brasil, o livro reverte todos os lucros ao Instituto Tamer, uma instituição que realiza atividades focadas em educação e cultura na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A versão brasileira da obra pode ser comprada exclusivamente através do site Palavras, tornando-se uma oportunidade para os leitores contribuírem com a causa educacional.

A criação desse livro contou com a valiosa colaboração do escritor palestino Hani al-Salmi e da artista Hana Ahmad, que guiaram mais de 80 crianças em um processo de reflexão e expressão sobre suas experiências cotidianas. Os relatos foram compartilhados com outras crianças em Jerusalém e Hebron, permitindo um intercâmbio de histórias e vivências, algo especialmente desafiador devido às restrições impostas pelo contexto sociopolítico local.

A diretora editorial da Tabla, Laura Di Pietro, enfatiza a importância de ouvir as vozes autênticas das crianças palestinas. Para ela, somente aqueles que vivenciam a realidade diariamente podem descrever de forma precisa o que se passa em suas vidas, ressaltando que as histórias de Gaza estão repletas de dor, mas também de resiliência.

“Não Vou Escrever Poesia e Outros Textos” é o terceiro volume da série “Crianças do Mar e das Laranjas”, que já incluiu outras publicações que discutem a infância em meio à violência e à guerra. Com isso, a série busca não apenas documentar, mas também homenagear as experiências de crianças que insistem em sonhar e criar, mesmo em meio ao caos.

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