DIREITOS HUMANOS – Conflito em Diadema: Moradores da Ocupação Palestina Livre impedidos de retornar às suas casas pela prefeitura e Guarda Civil agindo com truculência.

Na noite do dia 22 de outubro, moradores da Ocupação Palestina Livre, situada em Diadema, se viram impedidos de retornar ao local pela Prefeitura Municipal. Desde a ação, agentes da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), especializados em segurança pública, chegaram ao prédio por volta das 18h, bloqueando o acesso e acentuando a tensão na área. A ocupação, que surgiu em um antigo hospital e centro de atendimento, é reivindicada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) como uma solução temporária para o grave déficit habitacional enfrentado por muitos cidadãos.

Até a tarde desta terça-feira, a entrada na ocupação permanecia restrita, e há registros de pessoas que se encontram dentro do prédio, sentindo-se inseguras em deixar o local devido à violenta ação da prefeitura. O MLB critica essa atuação como uma medida ilegal e sem diálogo, afirmando que a utilização da força não estava justificada e fere o direito dos moradores e apoiadores do movimento.

Uma decisão da Justiça paulista, proferida em 19 de setembro, estipula que qualquer desocupação deve ser precedida por garantias de acolhimento às famílias, incluindo opções de aluguel social ou moradia provisória. Essa ordem reflete a necessidade de um processo cuidadoso e respeitoso em relação às pessoas afetadas pela falta de habitação adequada. Contudo, o MLB denuncia que a prefeitura, sob a gestão do prefeito Taka Yamauchi, estaria ignorando essas diretrizes, promovendo despejos sem seguir as determinações judiciais e utilizando a guarda municipal para dificultar o retorno dos moradores a suas casas.

As ações dos representantes municipais são criticadas ainda mais pelo MLB, que aponta a presença do secretário de segurança pública, Paulo Pinheiro da Silva, em situações de agressão física contra os apoiadores da ocupação. Os ativistas do movimento alegam que tais maneirismos violam flagrantemente os direitos humanos e a ordem judicial.

O MLB enfatiza que a ocupação é parte de um movimento nacional para combater o déficit habitacional, que culminou em 18 ocupações em 15 estados do país durante a jornada de lutas do dia 7 de setembro. Por fim, a Prefeitura de Diadema foi contactada para um posicionamento a respeito da situação, mas não respondeu até o encerramento da reportagem. A narrativa revela uma complexa disputa entre direitos à moradia e as conveniências administrativas, iluminando uma questão social que continua a desafiar a sociedade contemporânea.

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