Durante a entrevista, a presidente da Comissão de Anistia destacou a importância da responsabilização dos crimes cometidos, mesmo após 61 anos, quando ocorreram os ataques aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Ela ressaltou a necessidade de atuar na área da educação, a fim de conscientizar os mais jovens sobre o impacto na sociedade brasileira.
Ana Maria Oliveira também abordou a relevância da cultura para o debate político, destacando o filme “Ainda Estou Aqui”, que retrata a trajetória de lutas de Eunice Paiva em busca de justiça para seu marido, Rubens Paiva, assassinado nos porões da ditadura. A presidente da Comissão de Anistia enfatizou a necessidade de resgatar a memória histórica do país, lembrando os locais onde foram realizadas prisões e torturas durante o regime ditatorial.
Ao ser questionada sobre as propostas de anistia para os envolvidos nos ataques de janeiro de 2023, Ana Maria Oliveira esclareceu que o que está sendo pedido não se encaixa no conceito de anistia, uma vez que não houve perseguição ou violação pelos órgãos do Estado contra esses indivíduos. Ela enfatizou a importância de difundir políticas de memória ao longo do tempo, por meio da educação e de ações que visam resgatar a história do país.
Em relação às vítimas da ditadura e seus familiares, a presidente da Comissão de Anistia destacou que as violações sofridas são transgeracionais, atingindo não apenas os perseguidos, mas também seus filhos e netos. Para Ana Maria Oliveira, é essencial continuar trabalhando para garantir justiça e memória às vítimas do regime militar, dando visibilidade aos acontecimentos do passado e pedindo desculpas à sociedade como um todo.
Diante do atual contexto político e social do país, a presidente da Comissão de Anistia reitera a importância de manter viva a discussão sobre os acontecimentos históricos que marcaram o Brasil, promovendo a conscientização da sociedade e reforçando a necessidade de políticas de memória ao longo de todo o ano. A Comissão planeja retomar os projetos de Marcas da Memória, buscando rebatizar espaços que ainda ostentam nomes de torturadores brasileiros e continuar as ações de conscientização sobre os eventos do passado ditatorial.
Ao final da entrevista, Ana Maria Oliveira reforçou o compromisso da Comissão de Anistia em dar voz às vítimas e suas famílias, buscando reconhecimento e justiça para aqueles que foram perseguidos durante o regime militar, e ressaltou a importância de manter viva a memória histórica do país, para que as gerações futuras possam aprender com os erros do passado.