A família de Rubens Paiva recebeu o novo documento, que descreve a morte do ex-parlamentar como “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população dissidente política do regime ditatorial”. Essa retificação representa uma vitória na luta por justiça dos familiares das vítimas da ditadura, que há anos buscavam o reconhecimento dos crimes cometidos pelo regime militar.
Rogério Sottili, diretor do Instituto Vladimir Herzog, destacou a importância da alteração da certidão de óbito de Rubens Paiva, ressaltando o papel fundamental das mulheres desses familiares na busca por justiça e democracia no Brasil. Ele citou nomes como Clarisse Herzog, Eunice Paiva e Ana Dias como verdadeiras heroínas nessa luta por justiça.
A história da família Paiva, marcada pela dor do desaparecimento e morte de Rubens Paiva, foi retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, que recentemente recebeu três indicações ao Oscar 2025. A saga da família se tornou um símbolo da resistência e da luta por memória, verdade e justiça em meio às atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil.
Essa retificação da certidão de óbito de Rubens Paiva representa mais um passo na reparação histórica das vítimas da ditadura, um gesto simbólico que reconhece o sofrimento e a injustiça vividos por tantas famílias durante aquele período sombrio da história brasileira. Que a memória de Rubens Paiva e de todos os que lutaram contra a repressão e a violência do regime militar permaneça viva e seja honrada pela nossa sociedade.