O evento, que se firmou como um dos principais marcos da luta LGBTQIA+ na cidade, recebeu saudações de diversas organizações, coletivos feministas e representantes do poder público. Além dos discursos e manifestações, a programação incluiu atrações musicais, que trouxeram um clima festivo à manifestação.
Cinthia Abreu, uma das organizadoras da caminhada, relembrou a origem do evento, que nasceu em 2003 após o Seminário Nacional de Lésbicas, onde surgiu a ideia de transformar discussões em um ato público. Desde então, a caminhada se tornou uma plataforma para que as mulheres lésbicas e bissexuais se visibilizassem, celebrando sua existência e reivindicando seus direitos de maneira vibrante e coletiva.
A 23ª edição reforçou a luta contra diversas formas de opressão, como patriarcado, sexismo, racismo, lesbofobia e bifobia. Durante o ato, foi lançado um manifesto que clama por uma vida livre de violências e destaca a interseccionalidade entre a lesbofobia e o racismo, afirmando que tais forças estruturais excluem e violentam, especialmente mulheres negras lésbicas.
O manifesto criticou a ausência de políticas públicas efetivas e a crescente incidência de lesbocídios, alertando para a necessidade de visibilidade e proteção a essa comunidade. Ele conclamou a sociedade a honrar as memórias das vítimas, lutando ativamente por justiça e dignidade.
Entre os participantes, muitas histórias emocionantes se destacaram. A diarista Luciana Cabral e sua companheira, Paloma, destacaram a importância de sua presença em atos públicos, afirmando que a luta por direitos e pela merecida aceitação social é fundamental. Paloma, que enfrenta a incompreensão de alguns familiares sobre seu relacionamento, ressaltou a necessidade de diálogo e aceitação.
A cineasta Alice Leal Chiappetta, por sua vez, enfatizou a relevância de levar a luta para as ruas, além das redes sociais, defendendo a união política entre as gerações. “É crucial reconhecer a luta das mais velhas e preservar as conquistas”, disse.
Este evento não apenas celebrou a identidade e resistência da comunidade, mas também reafirmou o compromisso de suas participantes com a luta por um futuro mais justo e igualitário.