De acordo com dados da 3ª edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, elaborada pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global, o Brasil registrou um total de 373 casos de violência política contra candidatos e políticos em exercício durante o período de agosto a outubro. Esse número representa um aumento significativo em relação às eleições passadas, sendo 2024 considerado o ano mais violento da série histórica, com 518 ocorrências.
Durante o primeiro turno das eleições deste ano, foram identificados 10 assassinatos, 100 atentados, 138 ameaças, 54 agressões, 51 ofensas, 13 criminalizações e sete invasões, totalizando uma média de sete vítimas por dia. Além disso, os números apontam que o pico de casos de violência ocorreu na véspera das eleições, com 99 ocorrências registradas em apenas seis dias.
É preocupante também a proporção de casos que vitimaram pessoas negras e mulheres. Apesar de as pessoas brancas representarem a maioria das vítimas de violência política no primeiro turno, as pessoas negras foram as mais atingidas pela violência letal. Mulheres, por sua vez, compuseram 35% dos casos de violência política, sendo as ameaças o tipo mais praticado contra elas.
O relatório indica que o estado de São Paulo foi o que registrou o maior número de ocorrências de violência política, com 50 casos, seguido pelo Rio de Janeiro com 38. Na região Nordeste, a Paraíba e a Bahia se destacaram, com 24 e 23 casos respectivamente.
Diante desse cenário alarmante, é fundamental que medidas eficazes sejam tomadas para garantir a segurança e integridade dos candidatos e políticos em exercício, bem como para combater a violência política e eleitoral que vem se intensificando no país. A democracia brasileira precisa ser fortalecida, e isso só será possível com um ambiente político seguro e respeitoso para todos os envolvidos no processo eleitoral.
