Os dados retratam uma melhora no panorama da pobreza infantil no país, mas ainda apontam desafios a serem superados. Mesmo com os avanços, 8,1% das crianças e adolescentes ainda estão em famílias com renda abaixo da linha da pobreza extrema, o que corresponde a 4,2 milhões de jovens com renda por pessoa inferior a R$ 209 mensais.
Além da renda, o estudo aborda outras dimensões fundamentais para o bem-estar dos jovens, como educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia, proteção contra o trabalho infantil e segurança alimentar. É ressaltada a importância de compreender a pobreza de forma multidimensional, que vai além da ausência de renda e engloba as diversas privações, exclusões e vulnerabilidades que afetam o bem-estar das crianças e adolescentes.
O Brasil registrou uma redução no número de jovens vivendo na pobreza em suas múltiplas dimensões, saindo de 34,3 milhões em 2017 para 28,8 milhões em 2023, representando 55,9% das crianças e adolescentes do país. O estudo também demonstra quedas em outras categorias, como acesso à água potável, saneamento, informação, moradia, trabalho infantil, educação e segurança alimentar.
Evidencia-se a importância de políticas públicas voltadas para a infância e a adolescência, bem como o impacto positivo do programa Bolsa Família na redução da pobreza e vulnerabilidade. A ampliação desse programa foi apontada como um dos fatores decisivos para a melhora nos indicadores de pobreza infantil, beneficiando milhões de famílias em situação de vulnerabilidade.
Apesar dos avanços, desigualdades persistem no país, com crianças e adolescentes negros enfrentando uma pobreza multidimensional mais alta em comparação com brancos. Diferenças regionais e geográficas também são observadas, destacando a importância de medidas que priorizem a infância e adolescência para o desenvolvimento equitativo do país.
