A proposta inclui uma série de vídeos curtos que apresentam depoimentos de indivíduos com deficiência, expondo experiências diretas de capacitismo enfrentadas no cotidiano. O material, desenvolvido em colaboração com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), é complementado por uma cartilha intitulada “Combata o Capacitismo”. O objetivo é proporcionar informações claras sobre as diversas manifestações de discriminação que afetam essa população e estimular a participação ativa da sociedade civil.
Os organizadores incentivam a disseminação do conteúdo através das redes sociais, utilizando a hashtag oficial #CombataoCapacitismo. A meta é provocar um debate mais amplo e engajado sobre o tema, ampliando o alcance da mensagem. Anna Paula Feminella, secretária nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, enfatizou a importância de “furar a bolha” da ignorância e desnaturalizar práticas discriminatórias que, muitas vezes, não são intencionais. Para ela, o capacitismo se caracteriza como uma questão estrutural, semelhante ao racismo.
Feminella também destacou a necessidade de reconhecer as pessoas com deficiência dentro da sociedade, afirmando que a invisibilidade enfrenta o que ela chamou de “epistemicídio”, que se refere ao apagamento dos dados e conhecimentos gerados por essas pessoas. A campanha já conta com o apoio de instituições relevantes, incluindo o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e a Fundação Oswaldo Cruz, entre outros, que entendem que a disseminação de conhecimento é essencial para a transformação cultural e política em prol da plena participação das pessoas com deficiência.
O Conade, que foi reestruturado após uma pausa desde 2019, trouxe novos conselheiros, representando tanto o governo quanto a sociedade civil. Feminella afirmou que a reconstrução desse conselho é um passo importante na luta por direitos e inclusão social, lembrando que problemas relacionados ao capacitismo foram exacerbados em gestões anteriores, citando declarações infelizes de autoridades que desmereceram a presença de estudantes com deficiência no ambiente escolar. A expectativa é que, com a nova configuração do conselho, novas políticas e práticas possam ser implementadas para apoiar a inclusão e a valorização das pessoas com deficiência no Brasil.
