DIREITOS HUMANOS – Ato Institucional número 5 completa 55 anos, relembrando o auge da repressão da Ditadura Militar no Brasil.

No dia 13 de dezembro de 1968, entrou em vigor no Brasil o Ato Institucional número 5, mais conhecido como AI-5. Esse foi um marco na história do país, pois foi o mais repressor instrumento jurídico da Ditadura Militar. O decreto do AI-5 partiu do General Costa e Silva como resposta aos protestos contra o regime militar, que eram liderados principalmente pelo movimento estudantil.

Esse decreto concedia ao presidente poderes para suspender as atividades do Congresso Nacional, cassar mandatos de parlamentares, suspender os direitos políticos de qualquer cidadão brasileiro e confiscar bens considerados ilícitos. Além disso, também impedia que a Justiça julgasse qualquer ato presidencial.

Segundo o historiador e cientista político Francisco Carlos Teixeira, o objetivo do AI-5 era consolidar a ditadura, anulando a influência de outros poderes. Ele destacou que uma das características fundamentais do AI-5 era não reconhecer a independência dos poderes da República. A ditadura militar não reconhecia a ideia de três poderes harmoniosos funcionando conjuntamente, e agia violentamente contra o poder judiciário.

Mesmo tendo sido revogado em 1978, o AI-5 continuou a impactar o país. De acordo com o professor Teixeira, o surgimento de atos golpistas no final do ano passado e início deste ano demonstra que esse saudosismo não ficou apenas no campo das ideias. O historiador apontou que diversos atores históricos se mostraram saudosistas do AI-5 a partir de 2014, e evidenciou isso com a descoberta de duas minutas de golpe que possuíam características semelhantes às ações do AI-5.

Outro ponto grave durante os anos do regime militar foi a invalidação do habeas corpus, mecanismo que garante a liberdade de pessoas acusadas de algum crime. A Comissão Nacional da Verdade concluiu que 50 mil pessoas foram presas apenas em 1964, e boa parte delas sofreram torturas. Além disso, a comissão identificou pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas pelas forças ditatoriais.

O AI-5 teve um impacto significativo na história do Brasil, e os efeitos desse período ainda são discutidos e analisados nos dias atuais.

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