A ministra expressou sua indignação através das redes sociais, destacando a importância da igualdade de gênero no esporte e sublinhando o fato de que o Time Brasil na Olimpíada conta com uma maioria feminina, refletida também nas medalhas conquistadas até o momento. “É inaceitável que acreditem ter propriedade sobre nossos corpos”, afirmou Cida Gonçalves, ressaltando a necessidade de respeito para com as jornalistas e todas as mulheres presentes em espaços de poder.
O episódio de assédio ocorreu quando Verônica Dalcanal reportava sobre o dia dos atletas brasileiros durante o intervalo de uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Três homens, aparentemente estrangeiros, se aproximaram da jornalista enquanto ela trabalhava; um deles beijou seu rosto sem consentimento, ato imediatamente repelido por Verônica. Outro homem ainda tentou repetir o gesto, mas foi igualmente rejeitado.
A Secom também repudiou o ato, referindo-se ao incidente como “inaceitável” e prometendo apoio necessário à jornalista. Em nota pública, a secretaria saudou a equipe da EBC pela dedicação e profissionalismo na cobertura dos Jogos Olímpicos. “Saudamos toda a equipe da EBC – em Paris e no Brasil – que com seu profissionalismo e dedicação vem fazendo a cobertura da participação brasileira nos Jogos Olímpicos”, publicou a Secom, reforçando a importância da comunicação pública e governamental.
O presidente da EBC, Jean Lima, manifestou sua solidariedade, condenando a agressão e enfatizando que é inadmissível que mulheres, especialmente jornalistas em exercício de sua profissão, sejam submetidas a tal violência. “Verônica, minha solidariedade. Força para seguir em frente. Que o feminismo persista e triunfe”, disse Jean Lima.
Cidinha Matos, diretora de jornalismo da EBC, também declarou apoio a Verônica, enfatizando que o assédio foi uma agressão não só à jornalista, mas também ao espírito olímpico. “Nossa solidariedade e apoio da EBC e todos os colegas de trabalho à Verônica e seu profissionalismo na cobertura das Olimpíadas de 2024”, destacou.
A própria jornalista, ainda visivelmente abalada, expôs seus sentimentos sobre o incidente. Ela destacou a tristeza de ter um sonho profissional ofuscado por tal acontecimento, mas reconheceu o apoio integral de seus colegas como fundamental. Verônica lembrou que as mulheres participam das Olimpíadas desde as primeiras edições em Paris, e que, apesar dos avanços, a luta pelo respeito e pela igualdade ainda é necessária. “Infelizmente ainda precisamos brigar para sermos tratadas com respeito. Mas não estamos sozinhas na luta”, declarou Verônica.