Passados dois anos desde as mortes de Bruno e Dom, poucas mudanças efetivas foram realizadas no país. A Coalizão em Defesa do Jornalismo, composta por organizações não governamentais que promovem a liberdade de imprensa, criticou a demora na punição dos criminosos e na implementação de medidas de proteção para os profissionais que atuam na região amazônica.
Bruno e Dom foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022. Suas mortes foram um golpe para a luta em defesa dos direitos dos povos indígenas e da preservação da Amazônia. Apesar dos avanços nas investigações, a Justiça brasileira ainda não marcou o julgamento dos principais acusados pelo crime.
A violência contra comunicadores na região amazônica não é um caso isolado. Desde junho de 2022, foram registrados pelo menos 85 casos de agressão contra jornalistas e meios de comunicação nos estados da Amazônia. O clima de medo e autocensura entre os profissionais da área dificulta o trabalho de reportagem e a busca pela verdade.
Diante desse cenário preocupante, organizações da sociedade civil pediram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos medidas cautelares para proteger os defensores dos direitos humanos e jornalistas que atuam na região do Vale do Javari, onde Bruno e Dom foram mortos. Apesar da criação de uma Mesa de Trabalho Conjunta para tratar do assunto, as medidas de proteção ainda não foram plenamente implementadas.
O governo federal e órgãos competentes estão sendo cobrados a tomar medidas concretas para garantir a segurança dos profissionais que atuam na Amazônia e para evitar a impunidade nos casos de violência contra comunicadores. O mundo está de olho no desfecho desse caso e na proteção da liberdade de imprensa e dos direitos humanos na região.