DIREITOS HUMANOS – Artistas com deficiência buscam inclusão no mercado criativo durante Terceiro MICBR em Belém, Pará.



Belém, no Pará, foi palco do Terceiro Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR), que teve a participação de artistas com deficiência em busca de estímulos para a inclusão no mercado criativo. Durante o evento, que terminou no último domingo (12), os participantes destacaram a importância do convívio entre eles para que a acessibilidade seja vista como um direito humano e não apenas como um produto.

João Paulo Lima, membro da área de dança e ativista dos direitos das pessoas com deficiência, ressaltou que a acessibilidade é fundamental para facilitar a relação entre pessoas com e sem deficiência, além de promover o entendimento da política, arte e cultura. Ele também destacou a importância de defender a acessibilidade em políticas de editais, espaços e outras oportunidades para inserir pessoas com deficiência e melhorar a inclusão.

Para Ariadne Andico, que trabalha com a atividade de palhaço e tem paralisia cerebral, a convivência ao lado de pessoas com e sem deficiência é fundamental. Ela acredita que é necessário falar sobre a deficiência e que a mudança de perspectiva está em processo, mas enfatiza a importância do encontro como possibilidade de transformação.

Socorro Lima, professora, pesquisadora e artista da dança de Belém, que tem deficiência visual, ressaltou a grande invisibilidade do segmento e a falta de reconhecimento das capacidades das pessoas com deficiência. Ela enfatizou que apesar de estarem produzindo, ainda são vistas como empecilhos, o que denota um olhar negativo sobre esse grupo.

Durante o MICBR, os artistas com deficiência criticaram a pouca acessibilidade do evento, realizado no Centro de Convenções do Hangar, em Belém. O Ministério da Cultura, responsável pelo evento, reconheceu a necessidade de melhorar as condições de acessibilidade e afirmou que houve preocupação da organização em se preparar para receber as pessoas com deficiência.

Andrea Guimarães, diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura do ministério, enfatizou a intenção de trazer uma mesa de debates para dar voz às pessoas com deficiência e preparar o evento para recebê-las cada vez melhor. Segundo o ministério, foram realizadas avaliações e reuniões com o Centro de Convenções Hangar para analisar as condições de acessibilidade, incluindo a presença de elevadores, rampas, espaços adaptados e tradução de libras.

Em resumo, a participação dos artistas com deficiência no MICBR ressaltou a importância do convívio, da acessibilidade e da valorização das capacidades desse grupo no mercado criativo, além de apontar a necessidade de melhorias nas condições de acessibilidade em eventos culturais e artísticos.

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