DIREITOS HUMANOS – AGU Assina Acordo de Indenização de R$ 3 Milhões aos Familiares de Vladimir Herzog, Assassinado na Ditadura Militar

Na última quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a assinatura de um acordo judicial que resultará no pagamento de R$ 3 milhões em indenização aos familiares do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante o regime militar brasileiro. O ato simbólico de assinatura do acordo ocorrerá no dia 26 de outubro, em São Paulo, marcando um passo significativo na busca por reparação pelas violações de direitos humanos que aconteceram no período ditatorial do país.

Vladimir Herzog, que à época era diretor de jornalismo da TV Cultura, foi detido por militares em outubro de 1975. Ele se apresentou espontaneamente às autoridades do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo, onde foi torturado e, posteriormente, assassinado. Para encobrir o crime brutal, os militares fabricaram uma cena de suicídio, uma estratégia comum na época para deslegitimar as vítimas e impedir a responsabilização pelos atos de violência estatal.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou a importância desse acordo, enfatizando que ele reflete o compromisso do órgão em promover a justiça histórica e a reparação de violações de direitos humanos. Segundo Messias, essa iniciativa demonstra não apenas a intenção de resolver conflitos de forma consensual, mas também a obediência aos preceitos constitucionais que garantem a dignidade humana e a justiça. “Dirimir conflitos de maneira consensual e promover a justiça histórica, além de serem mandamentos da nossa Constituição, são compromissos éticos da AGU”, declarou.

O caso de Herzog não é apenas uma lembrança trágica do passado, mas também um símbolo da luta pela redemocratização do Brasil. Durante a missa de sétimo dia em sua homenagem, realizada na Catedral da Sé, mais de oito mil pessoas se reuniram em um ato ecumênico, desafiando a repressão da época e clamando por liberdade e democracia. O reconhecimento e a reparação às vítimas da ditadura são passos fundamentais para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde as atrocidades do passado não sejam esquecidas.

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