Apesar da relevância dessas testemunhas, quase metade das vítimas (47,4%) optou por não denunciar as agressões, nem procurar ajuda de instituições ou de pessoas próximas. Essa decisão pode ser influenciada por diversos fatores, como medo, vergonha, falta de confiança no sistema de justiça, entre outros.
O perfil das testemunhas das agressões também foi analisado, e o estudo revelou que 47,3% eram amigos ou conhecidos das vítimas, 27% eram filhos e 12,4% tinham outro grau de parentesco. Essas estatísticas chamam a atenção para a importância do papel das testemunhas em casos de violência contra mulheres, ressaltando a responsabilidade de todos em denunciar e intervir em situações de agressão.
Os especialistas destacam que testemunhar episódios de violência pode ter consequências graves e duradouras na vida das pessoas, podendo provocar distúrbios emocionais, cognitivos e comportamentais. Além disso, a exposição à violência pode contribuir para uma percepção do ambiente familiar como inseguro e caótico, afetando principalmente crianças e jovens que presenciam essas situações.
O relatório também revela que a violência contra as mulheres ocorre principalmente dentro do ambiente doméstico, com a casa da vítima sendo o local mais comum das agressões (57%). A violência verbal é a mais frequente, seguida pela agressão física, que atingiu um patamar alarmante de 16,9%, o maior registrado desde as primeiras edições do relatório.
Diante desses dados preocupantes, é fundamental que a sociedade se mobilize para combater a violência contra as mulheres, denunciando casos de agressão, oferecendo apoio e acolhimento às vítimas e promovendo a conscientização sobre os impactos devastadores desse tipo de violência. Organizações e serviços especializados estão disponíveis para oferecer suporte às mulheres vítimas de violência, e é essencial que esses recursos sejam amplamente divulgados para garantir o acesso das vítimas a ajuda e proteção.