DIREITOS HUMANOS –

A inclusão digital no Brasil enfrenta desafios significativos, com 20,5 milhões de brasileiros, aproximadamente 10,9% da população com 10 anos ou mais, ainda sem acesso à internet em 2024. Esse número revela que a conectividade, uma prática crescente em diversas partes do mundo, ainda é uma realidade distante para uma parcela considerável da sociedade brasileira.

Um dos principais obstáculos destacados é a falta de conhecimento sobre como utilizar a tecnologia. Quase metade dos indivíduos que não acessam a internet mencionou não saber como fazê-lo, o que equivale a aproximadamente 9,3 milhões de pessoas. Este dado é preocupante, especialmente considerando a crescente dependência da tecnologia para atividades do cotidiano.

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, entre os idosos, a situação é ainda mais complexa: 66,1% alegam não saber como utilizar a internet. No entanto, mesmo diante das dificuldades, o uso da internet entre essa faixa etária está aumentando, evidenciando um potencial de inclusão digital que ainda pode ser explorado.

Os dados também indicam que as razões para não estar online vão além da falta de habilidade. Enquanto 45,6% apontam para a dificuldade de uso, 28,5% afirmam que não veem necessidade em acessar a internet. A pesquisa indica que motivos econômicos, como considerar os serviços ou equipamentos caros, representam apenas 10,9% das respostas, uma queda em relação aos 16,2% registrados em 2022.

Demograficamente, os resultados mostram que 73,4% dos não conectados não possuem instrução ou têm apenas o ensino fundamental, e mais da metade (52,1%) desse grupo é composta por idosos. Este cenário sugere que a educação e a formação em tecnologia são essenciais para a inclusão digital.

Preocupações relacionadas à privacidade também começam a pesar na decisão de não acessar a internet. Entre os jovens de 10 a 13 anos, 33,9% justificaram a falta de acesso pela ausência de necessidade, mas a segurança online se tornou uma questão recorrente, aumentando considerablemente desde 2022.

Com a necessidade de garantir um ambiente seguro para os jovens, organizações da sociedade civil, como a Childhood Brasil, têm promovido iniciativas educativas sobre segurança na internet. É crucial que medidas de conscientização e formação sejam intensificadas para reduzir as barreiras que ainda separam uma parcela significativa da população brasileira da era digital. O caminho para a inclusão tecnológica requer um esforço coletivo, unindo governo, organizações e comunidade para construir um Brasil mais conectado e seguro para todos.