O prazo final para uma nova negociação ou a extensão do acordo está fixado para 18 de outubro, e os representantes europeus apresentam exigências firmes ao Irã. Entre essas condições está a necessidade de retomar o diálogo de maneira séria, dar explicações sobre a suposta posse de 400 quilos de urânio enriquecido quase a nível de armamento e garantir o retorno dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que têm a responsabilidade de monitorar a conformidade com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
Embora os Estados Unidos, que se retiraram do acordo em 2018 sob a administração de Donald Trump, não estejam participando diretamente das negociações, suas ações passadas ainda provocam ecos nas conversações atuais. O diálogo entre Teerã e Washington foi interrompido após uma série de ataques, incluindo bombardeios que danificaram instalações nucleares iranianas, aumentando o clima de desconfiança.
As potências europeias — Reino Unido, França e Alemanha — estão sob pressão para restaurar a confiança em um acordo que, segundo o Irã, tem fins exclusivamente civis. No entanto, dados preocupantes sobre o nível de enriquecimento do urânio no país levantam interrogações sobre as intenções reais do regime iraniano, que poderia potencialmente produzir até dez ogivas nucleares.
Por sua vez, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reiterou que a disputa com os EUA é irreconciliável e reafirmou a postura de resistência iraniana frente a qualquer maneira de submissão. O governo iraniano, apoiado por sua liderança militar, adota um tom de firmeza e avisa sobre possíveis represálias caso ocorra a reativação das sanções.
A falta de cooperação do Irã com a AIEA e a rigidez de sua posição aumentam as dificuldades de encontrar um acordo. Com o prazo da ONU exigindo notificação de 30 dias para qualquer ação relacionada às sanções, a pressão internacional sobre o Irã continua a crescer. Se as tratativas falharem, as restrições podem ser retiradas por muito tempo, uma vez que a obtenção de consenso no Conselho de Segurança da ONU é uma tarefa complexa e desafiadora.
A situação permanece delicada, e à medida que os dias se aproximam do limite final, diplomatas em Genebra se esforçam para evitar uma crise que poderia ter implicações profundas para a segurança regional e a estabilidade global.