No entanto, em resposta a essas ameaças, os diplomatas brasileiros destacam que o abandono do projeto de uma moeda própria não está em discussão. Desde que assumiu a presidência do BRICS no dia 1º de janeiro, o Brasil mantém a criação dessa moeda como um dos pilares de sua estratégia, buscando reduzir a dependência do dólar em transações comerciais internas. Essa decisão é considerada crucial para fortalecer as economias dos países em desenvolvimento que compõem o BRICS, aumentando sua autonomia e influência no cenário global.
Além disso, a avaliação abrangente dentro do governo brasileiro é de que, caso os Estados Unidos implementem sobretaxas sobre os produtos brasileiros, o impacto será relativamente pequeno. Isso se deve ao fato de que as exportações do Brasil para os EUA são predominantemente focadas em produtos manufaturados, o que poderia minimizar os efeitos negativos, especialmente no vital setor do agronegócio.
A China, outro membro-chave do BRICS, também manifestou apoio à presidência brasileira do grupo. Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, ressaltou que Beijing continuará a defender seus interesses nacionais e que, com o apoio do Brasil, pretende aumentar a cooperação econômica entre os membros do BRICS. Mao sublinhou que não há vencedores em uma guerra comercial, mencionando a importância de uma colaboração que beneficie todos os países envolvidos.
Esses desdobramentos demonstram um cenário em que o Brasil se posiciona não apenas como um líder na criação de alternativas ao dólar, mas também como um ator independente que busca fortalecer as relações com outras potências emergentes.