O governo dinamarquês revelou que investirá aproximadamente US$ 9,1 bilhões – mais de R$ 48,7 bilhões – na compra do sistema SAMP/T NG, desenvolvido em parceria pela França e Itália, elogiado por sua capacidade de longo alcance. Além disso, está em fase de avaliação a aquisição de sistemas de médio alcance de fornecedores como Noruega, Alemanha e França. Este investimento representa o maior gasto militar na história do país.
A escolha da Dinamarca, de acordo com o Ministério da Defesa, não deve ser interpretada como uma rejeição direta ao sistema Patriot, mas sim como uma decisão fundamentada em critérios técnicos, logísticos e de custo, diante da crescente preocupação com a segurança aérea na Europa. A disparidade entre a eficácia de defesa europeia e a atual ameaça que o espaço aéreo enfrenta fez com que o governo dinamarquês priorizasse essas novas aquisições.
Embora a Dinamarca já tenha firmado um compromisso com a compra de caças F-35 dos EUA, suas relações com Washington passaram a ser conturbadas devido às recentes declarações de Trump sobre a Groenlândia. A tentativa do presidente americano de comprar a ilha, acompanhada de uma retórica que não descartava o uso da força, gerou desconforto em Copenhague, acentuado por visitas de representantes políticos dos EUA à região.
A Dinamarca reafirmou, por meio de seu governo, que a Groenlândia definitivamente não está à venda e se mostrou disposta a fortalecer a colaboração com os Estados Unidos em temas da segurança no Ártico. O ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, minimizou possíveis repercussões da escolha dos sistemas de defesa, frisando que o atraso na entrega dos Patriots foi um fator crucial.
A aquisição do SAMP/T NG é também um marco relevante para a promoção do sistema europeu como uma alternativa viável aos Patriots. Fabricado pela MBDA e equipado com radares da Thales, o SAMP/T pode despertar o interesse de outros países, como Grécia, Arábia Saudita e Brasil, especialmente se os sistemas Patriot necessitarem de atualizações. Essa decisão dinamarquesa pode não apenas influenciar os rumos da defesa nacional, mas também moldar futuras tendências no mercado global de defesa.