Dilma Rousseff Defende a Importância da Cooperação Internacional em Discurso no Fórum Econômico de São Petersburgo
A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, destacou recentemente a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios econômicos e sociais globais. Sua participação no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, aconteceu após um encontro bilateral com o presidente Vladimir Putin, reforçando a importância das relações entre os países do BRICS e suas contribuições para o desenvolvimento econômico.
Durante a cerimônia de abertura, Rousseff abordou as dificuldades que o mundo enfrenta atualmente, mencionando crises geopolíticas e econômicas superpostas que resultam em tensões globais. Segundo a ex-presidente do Brasil, a era contemporânea é marcada por uma complexa rede de crises, incluindo guerras comerciais que fragilizam cadeias produtivas e dificultam o crescimento econômico dos países. Ela ressaltou que sanções unilaterais e bloqueios tecnológicos têm gerado desconfiança e incerteza nas relações comerciais, gerando uma necessidade urgente de diálogo e colaboração.
Num momento em que as economias emergentes, representadas pelo BRICS, estão cada vez mais inseridas na dinâmica global, Rousseff afirmou que, segundo previsões da ONU, esses países poderiam responder por 43% do PIB mundial até 2030, superando o G7. Este dado reforça a relevância destas nações na nova arquitetura econômica global, que precisa respeitar e valorizar as diferentes realidades regionais.
A ex-presidente destacou que o multilateralismo deve ser o núcleo das políticas de desenvolvimento, permitindo que cada país defina suas próprias estratégias, respeitando suas soberanias. A cooperação, segundo Rousseff, é fundamental para a transferência de conhecimento e tecnologia, vital para o progresso de nações em desenvolvimento que buscam reduzir desigualdades sociais e melhorar qualidade de vida.
Ela enfatizou ainda a importância de instituições como o NBD, que trabalha em consonância com os planos de desenvolvimento de cada país-membro. "As forças do unilateralismo bloqueiam o desenvolvimento, enquanto a cooperação pode romper esse bloqueio. Não é o multilateralismo que impede o desenvolvimento, mas sim o hegemonismo", concluiu Rousseff, defendendo um futuro pautado pela colaboração e solidariedade entre países.
No cenário global atual, suas palavras refletem uma crítica contundente à forma como as relações internacionais têm sido conduzidas, chamando a atenção para a necessidade de uma nova abordagem que priorize a igualdade e o respeito entre nações.