Dilma Rousseff: “Brasil não pode ser apenas commodities na Quarta Revolução Tecnológica” durante Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo.

Na quinta-feira, 19 de junho de 2025, a ex-presidenta do Brasil e atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, fez uma incisiva apresentação durante a abertura do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. O convite para que Rousseff participasse do evento destaca a relevância de sua liderança no banco, especialmente após um encontro bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizado um dia antes.

Escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para liderar o NDB durante o período de presidência brasileira na instituição, Rousseff não apenas desempenhou um papel fundamental na administração do banco, mas também atraiu a sugestão da Rússia para que permanecesse no cargo, mesmo após a rotação esperada. O NDB, fundado em 2014 e com sede em Xangai, visa financiar projetos de desenvolvimento sustentável em países do Sul Global e, sob a gestão de Rousseff, já aprovou cerca de 120 projetos que totalizam aproximadamente US$ 39 bilhões.

Durante seu discurso, Dilma enfatizou a necessidade de o Brasil não se limitar a ser um exportador de commodities. Embora reconheça a importância do setor agrícola, ela defendeu que o país precisa diversificar sua economia, investindo em áreas de alta tecnologia, como inteligência artificial e biotecnologia. Para Rousseff, a colaboração entre nações é essencial, sendo a transferência de tecnologia uma chave para o desenvolvimento.

A ex-presidenta observou que cada país tem suas próprias prioridades e potencialidades, citando a Rússia, que possui expertise em áreas técnicas que podem beneficiar o Brasil. “Não devemos ser apenas consumidores de plataformas digitais; precisamos nos tornar protagonistas na criação de tecnologia”, afirmou. Rousseff concorda que a continuidade de planos de longo prazo é crucial para o progresso econômico e social.

Além disso, Rousseff destacou que o NDB fixa como prioridade o desenvolvimento inclusivo e sustentável, enfatizando que o crescimento deve se traduzir em melhoria da qualidade de vida para a população, com foco na superação das desigualdades. “Um desenvolvimento que não tenha como objetivo a redução das desigualdades é insustentável”, concluiu.

A participação de Rousseff no Fórum de São Petersburgo mostra não apenas a relevância de sua visão para o futuro do Brasil, mas também a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios da Quarta Revolução Industrial, reafirmando seu compromisso com uma economia mais justa e avançada.

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