Desonerações do governo somam R$ 10,160 bilhões em outubro de 2024, com queda em relação ao mesmo período de 2023.

No mês de outubro de 2024, o governo brasileiro abriu mão de aproximadamente R$ 10,160 bilhões em desonerações fiscais, um valor menor em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o montante atingiu R$ 10,714 bilhões. Esses números refletem uma redução nas renúncias fiscais concedidas pelo governo para beneficiar diferentes setores da economia.

Ao analisarmos os dados referentes aos dez primeiros meses de 2024, observamos que as desonerações totalizaram cerca de R$ 102,713 bilhões, um valor inferior ao registrado no mesmo período de 2023, que foi de R$ 116,475 bilhões. Esse cenário indica uma mudança na política de isenções fiscais adotada pelo governo.

Uma das principais razões para essa redução nas desonerações foi a retomada da tributação sobre combustíveis, que ocorreu ao longo de 2023. Em janeiro, o governo restabeleceu a cobrança integral do PIS/Cofins sobre o diesel, que havia sido zerado em 2021, com uma retomada parcial em setembro do ano anterior.

Além disso, a desoneração da folha de pagamento também teve impacto significativo nas renúncias fiscais. Em outubro de 2024, essa política resultou em uma renúncia de aproximadamente R$ 1,814 bilhão, totalizando R$ 17,636 bilhões no acumulado do ano. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento nesse valor, indicando uma mudança na estratégia do governo em relação a esse benefício fiscal.

Esse tema tem sido objeto de debates e negociações entre o governo e o Congresso Nacional. Recentemente, o governo apresentou uma medida provisória propondo a reoneração gradual da folha de pagamento, após vetar a prorrogação da desoneração em 17 setores econômicos.

Diante das divergências, o governo concordou em enviar o tema como projeto de lei com urgência constitucional, buscando uma alternativa viável para a questão. Após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exigia uma medida de compensação para essas benesses fiscais, o Legislativo avançou em uma proposta que foi sancionada em setembro pelo presidente da República.

A desoneração da folha de pagamentos, adotada desde 2011, é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal por alíquotas incidentes sobre a receita bruta, com o objetivo de reduzir a carga tributária das empresas. Essa medida tem impacto direto na economia e tem sido alvo de discussões e revisões por parte do governo e do Legislativo.

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