Recentemente, a 5ª Vara de Entorpecentes do DF anunciou a condenação de cinco membros centrais da organização e de três influenciadoras digitais de Brasília. Com isso, o sistema ilegal que utilizava perfis de Instagram como vitrine para suas operações foi desnudado. A investigação revelou um complexo modus operandi que ia da aquisição de óleo de THC na Califórnia, nos Estados Unidos, até sua distribuição em território brasileiro, passando por etapas de envase em São Paulo e remessa pelos Correios.
O uso de plataformas digitais, combinado ao marketing direcionado, permitiu que a organização criminosa ampliasse seu alcance, criando uma fachada que mascarava a ilegalidade do negócio. Até o momento, as penas somadas alcançam impressionantes 127 anos e quase 29 dias de prisão, além de múltiplos dias-multa.
Os réus mais destacados da operação incluem Rodrigo dos Santos Martins, considerado o líder do grupo, que foi condenado a 24 anos e 5 meses de prisão e permanece foragido. Sua esposa, Yasmin Pereira Nadai, também foi condenada e capturada na Alemanha, aguardando extradição. Outros integrantes, como Carlos Renato Máximo e Wagner da Silva Turbiani, receberam penas de 20 e 20 anos, respectivamente, enquanto Fabíola Dala Rosa e Matheus dos Santos Camargo foram condenados a penas que variam entre 10 e 15 anos.
O papel das influenciadoras foi crucial para o sucesso da operação. Elisa de Araújo Marden, Letícia Susane Correia Castro e Rhaynara Didoff promoveram abertamente produtos ilícitos em seus perfis, camuflando a criminalidade com conteúdos de lifestyle. Elas foram condenadas a penas que vão de 5 a 10 anos de prisão, evidenciando a seriedade da acusação de facilitar o tráfico de drogas.
A Operação Refil Verde revelou não apenas a sofisticação do esquema, que incluía a transposição da carga de drogas de forma engenhosa, mas também a eficácia das autoridades em desmantelar tal operação. A cooperação internacional foi um dos pilares fundamentais para as investigações, destacando a necessidade de uma resposta abrangente no combate ao narcotráfico digital.
Com as condenações já estabelecidas, fica claro que a abordagem moderna e digital das organizações criminosas enfrenta um novo tipo de resistência por parte da Justiça e das forças de segurança. A Operação Refil Verde se torna um marco não apenas pela quantidade de prisões, mas também pela clareza e eficácia com que as autoridades lidaram com os desafios impostos pela evolução tecnológica e pelo uso das redes sociais para fins ilícitos.