Um estudo recente, a terceira edição do “Relatório Mundial sobre a Desigualdade 2026”, conduzido por uma equipe de especialistas da rede World Inequality Lab, sob a orientação do economista francês Thomas Piketty, evidencia a ampliação da disparidade econômica. A pesquisa aponta que a diferença de renda entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres aumentou de 53,7% em 2014 para alarmantes 63,5% em 2024. Esses números não apenas retratam um cenário preocupante, mas também ilustram a dificuldade persistente do Brasil em combater suas raízes profundas de desigualdade.
O estudo também revela que o 1% mais rico da população — cerca de 2,1 milhões de pessoas — concentra uma parcela significativa do patrimônio nacional, totalizando 37%. Em termos de renda, essa elite obtém quase 27% da riqueza gerada no Brasil. Esse panorama evidencia a interligação de fatores que perpetuam a desigualdade, tornando a renda do trabalho insuficiente para mitigar a imensa disparidade do acesso a ativos e capital, elementos cruciais para uma vida digna e para a ascensão social.
Outra dimensão analisada pelo relatório é a participação das mulheres no mercado de trabalho. Ao longo da última década, o avanço tem sido quase inexistente; a taxa de participação feminina aumentou de 37,3% em 2014 para apenas 37,4% em 2024, refletindo estagnação em um aspecto tão crucial para a promoção da igualdade de gênero e desenvolvimento econômico.
Esses dados alarmantes não apenas elucidam o desafio da desigualdade social no Brasil, mas também fazem um apelo à urgência de ações que promovam uma redistribuição mais equitativa de renda e oportunidades, fundamentais para um futuro mais justo e inclusivo para todos os brasileiros.
