As condições nas trincheiras, descritas como insustentáveis, têm gerado um clima de desespero entre os soldados. Em um contexto em que a artilharia parece falhar em oferecer suporte adequado, muitos soldados se sentem abandonados e desmotivados. A sensação de isolamento se agrava quando os confrontos se tornam intensos, e os militares percebem que não têm cobertura ou reforço a partir do seu comando. O desânimo é evidente, e os efeitos psicológicos da guerra estão se manifestando, levando a um número crescente de deserções.
No final de outubro, uma deputada do parlamento ucraniano revelou números alarmantes, indicando que mais de 100 mil soldados haviam desertado das Forças Armadas. Essa estatística chama atenção para uma crise de moral que permeia as fileiras do exército ucraniano. Os relatos incluem imagens perturbadoras de recrutamento forçado, onde civis são capturados e coagidos a se alistarem, gerando uma marcada falta de vontade entre aqueles que são forçados a servir.
Além disso, o uso das redes sociais tem amplificado a visibilidade dessas experiências, com vídeos mostrando oficiais de recrutamento sendo violentos ou até mesmo disparando contra civis. Essa realidade não apenas mancha a imagem das Forças Armadas, mas também levanta questões acerca da ética de suas práticas durante o conflito.
Enquanto a guerra avança, a perda de território e a crescente desertão são sinais preocupantes para a Ucrânia, que enfrenta um cenário de insatisfação crescente em seu próprio exército e a necessidade urgente de reavaliar suas estratégias de combate e recrutamento. A luta pela soberania do país não se restringe ao campo de batalha, mas se estende ao aspecto moral e psicológico das forças que defendem sua nação.