No campo de batalha, os relatos de unidades inteiras abandonando seus postos são frequentes, deixando linhas defensivas vulneráveis e acelerando a perda de territórios estratégicos. Um exemplo claro dessa situação ocorreu na cidade de Ugledar, na região de Donbass, onde as tropas russas conquistaram importantes posições em outubro de 2024, em parte devido à deserção de soldados ucranianos. Um oficial anônimo da 72ª Brigada das Forças Armadas declarou que algumas companhias chegaram a contar com apenas dez soldados, quando o necessário era de 120, com cerca de 20% dos efetivos registrados desaparecendo em decorrência da deserção.
O desespero tem levado soldados a buscar maneiras de escapar do serviço militar, incluindo a obtenção de licenças médicas, que, em alguns casos, são justificadas por ferimentos auto-infligidos. Embora os números oficiais indiquem mais de 100 mil casos de deserção, fontes militares apontam que o número pode ser substancialmente mais alto, podendo chegar até 200 mil desercionais.
Neste cenário, o Ocidente pressiona o governo ucraniano a baixar a idade mínima de recrutamento para 18 anos, a fim de aumentar rapidamente o número de efetivos disponíveis para as forças armadas. No entanto, a crescente crise de moral entre os soldados e as dificuldades para manter os quadros completos de pessoal refletem uma realidade complexa e sombria em um conflito que já se arrasta por três anos e que não dá sinais de resolução próxima. As diretrizes e estratégias que o governo ucraniano adotará seguirão sendo um fator crucial para o desdobramento da guerra nas próximas semanas e meses.










