O consórcio visa realizar a gestão integrada do transporte público entre o DF e seu entorno, com a intenção de reduzir os custos operacionais e estabilizar os preços das passagens para os usuários. No entanto, o subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte de Goiás, Miguel Angelo Pricinote, revelou as complicações enfrentadas. Segundo ele, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não se mostrou disposta a participar da iniciativa. O protocolo de intenções foi assinado sem o consentimento da ANTT, que se manifestou contrariamente à proposta.
A agência condicionou a transferência de responsabilidade sobre o transporte do entorno à assunção de obrigações passadas dos contratos de concessão. “Entendemos que, uma vez que a União não quis participar, o passivo deveria ficar sob a responsabilidade da ANTT a partir da formação do consórcio”, afirmou Pricinote. Essa discordância levou à necessidade de revisar o protocolo de intenções, que já passou pela procuradoria de Goiás e obtido a autorização do DF. O subsecretário espera que um novo acordo seja assinado entre o fim deste ano e o início de janeiro.
Cristian Viana, Secretário Extraordinário do Entorno, destacou que a reformulação do protocolo busca garantir que as competências e autonomia dos entes federativos sejam respeitadas, enquanto se trabalha por um serviço de transporte de qualidade para a população.
Enquanto isso, a incerteza paira sobre os usuários e operadores do transporte público na região. Gabriel Oliveira, representante da Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros (Anatrip), expressou preocupação com a falta de comunicação entre os governos e o estado atual do projeto. Ele ressaltou que, sem o consórcio ativo, os custos operacionais do transporte continuam a subir, agravando a situação financeira das empresas e contribuindo para o sucateamento do sistema.
Apesar das dificuldades, Oliveira mantém uma expectativa positiva em relação ao consórcio. Ele acredita que, inicialmente, o principal objetivo deve ser estabilizar as tarifas, para que os aumentos não sejam repassados para os passageiros, uma vez que o aumento contínuo dos preços tem levado à diminuição no número de usuários. Ele ressaltou a importância de uma colaboração conjunta entre os governos para uma eventual diminuição gradual das tarifas.
