Desempenho modesto do PT nas eleições municipais de 2024 reflete desafios futuros para o partido no cenário político brasileiro.

Nas eleições municipais de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentou um desempenho modesto ao conquistar apenas 252 prefeituras em um total de 5.570 municípios brasileiros. Esse resultado, que representa cerca de 4,5% do total, evidencia um retrocesso no alcance do partido, que já teve uma presença mais ampla em nível local no passado.

Apesar de contar com a figura política mais proeminente do país à frente do Executivo nacional, o PT não foi capaz de transformar o capital político de Lula em uma vitória significativa nas eleições municipais. Nas capitais, a performance foi ainda mais modesta, com apenas a eleição do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, em um segundo turno acirrado contra o candidato do PL, André Fernandes.

No Nordeste, tradicional reduto de apoio ao partido, apenas duas capitais elegeram prefeitos de partidos de esquerda: Fortaleza e Recife. A vitória do PT em Fortaleza após um hiato desde 2012, quando o partido elegeu Luciano Cartaxo em João Pessoa, marca um retorno ao cenário municipal na região. O PSB, por sua vez, manteve sua hegemonia no Recife com a eleição de João Campos.

No entanto, a tendência conservadora ficou evidente nas demais sete capitais nordestinas, que escolheram candidatos de partidos de direita ou centro, refletindo uma mudança de preferência dos eleitores. O avanço do União Brasil e do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, nas eleições municipais destaca a consolidação de forças de oposição ao PT na região.

O cenário pós-eleitoral no Nordeste traz desafios para o futuro do PT, que precisa reorganizar-se e revitalizar suas bases municipais para recuperar espaço e relevância em todo o país. Com a ascensão de novos partidos de centro e direita, a legenda terá que desenvolver estratégias mais eficazes para reconectar-se com o eleitorado em um ambiente de polarização política e mudanças no cenário nacional.

Sair da versão mobile